Lembro até hoje como comecei o blog...quando passei a
escrever para exorcizar meus pensamentos...como sorri a cada palavra que
deixava o peso em meu corpo...e como o blog me trouxe algumas dores de cabeça
através das postagens. E agora voltei, depois de mais de um mês afastado, com
muitas coisas diferentes para contar, relatos a compartilhar, pensamentos a
expressar, situações a evitar, pessoas a afastar...e um ano novo para começar.
Normalmente minhas postagens seguem um modus operandi onde jogo enigmas
mascarados sobre meu dia, meus pensamentos a respeito da sociedade e de meus
próprios sentimentos, ou simplesmente compartilho algo legal no momento. Hoje
vou começar o ano um pouco diferente do habitual. Vou fazer um relato cru sobre
o período apagado do blog até hoje, dia 08/01/2014.
Sempre falo de três coisas importantes: hipocrisia, mudanças e personalidade.
Acontece que de lá para cá, eu já pisei e fui pisoteado nesses três aspectos de
formas interessante. Posso citar o fato de que havia me desiludido
completamente a respeito do famigerado amor, mas hoje em dia estou tão
tranquilo com isso que passei a deixá-lo no rebanho junto de outros
sentimentos, junto à raiva e da insegurança para que fiquem bem. Ou talvez que me preocupasse tanto com o que
as pessoas achavam, que esqueci o quanto me sinto bem sendo diferente. Ou quem
sabe ter dito tantas vezes que mudei, quando algumas sombras minha permanecem
as mesmas até hoje.
Uma coisa que nunca mudou foi minha capacidade( irritante para muitas pessoas )
de analisar tudo pelos ângulos mais errôneos que existem. O que posso dizer? J’suis
comme ça. Nunca deixei de achar que a sociedade diz que evolui, mas continuam a
serem seguidores da Inquisição Espanhola. Nem deixado de rir quando outras
tentam provar que são inteligentes com palavras difíceis, ambições falhas e debates
de pseudo-superioridade. Nem de achar que o caminho mais difícil pode ser o
mais legal de se seguir. E principalmente, nunca deixei de sonhar acordado
mesmo em meio a uma multidão ao meu redor.
De lá para cá, o que mudou bastante foi o jeito que encontrei de evitar dores
de cabeça. É incrível você estar diante de uma situação chata e encará-la com
um olhar de paisagem, sorri e virar as costas. Não sei bem quando deixei de me
importar, deixei de chorar, deixei de tremer, deixei de estourar, deixei de
gritar...apenas deixei.
É importante ressaltar também que sempre achei minha solidão um problema. Disse
e parafraseei diversas vezes o quanto sempre acabava sozinho no final. Só que
não é bem assim, eu estava errado. Todos esses momentos em que estive rodeado
de pessoas e me senti sozinho não foi ruim, demorei a perceber que só estava
nos caminhos errados. Eu não preciso me misturar para ser aceito, tampouco
tentar ser igual a todo mundo para ter um milhão de amigos. Meu pior erro foi
justamente esse, pois fui contra tudo o que preguei tão arduamente durante
tanto tempo.
Muita coisa pode acontecer em um dia, imagine em mais de um mês. A essa altura
vocês já devem ter entendido isso, mas não se preocupem...prevejo que este será
um ano interessante. Entre dramas aos vinte e quatro, e conquistas que tento
ter, ainda há espaço para meios sorrisos e olhos espelhados observando tudo.