Talvez eu
não seja um druida, ou um arqueiro, ou mago. Nenhuma dessas classes reflete
algo que até então, tenho negado para mim mesmo. Talvez no final, eu seja mesmo
um bardo. Um contador de histórias, um músico, um escritor. Não da maneira
genérica e feliz, mas em um ponto mais profundo e além do que seria aceitável.
Foi um tipo de choque, me deixou com uma sensação eterna de ter pulado do topo de uma montanha, mas ainda não ter chegado ao solo. Uma sensação que ainda não sei bem como descrever, mas de um tom agridoce. Libertador e sufocante ao mesmo tempo.
Sei disso porque parando para pensar, posso dizer que já experimentei um pouco de cada aspecto da vida, mas boa parte de meus relatos também contaram com outras participações. Notei que gosto muito de ouvir histórias de outras pessoas, os sorrisos esboçados, as batidas felizes de seus corações naqueles momentos deliciosos, e até mesmo gosto de imaginar a dor que sentem em cada tragédia. Talvez isso tenha me ajudado bastante a controlar minhas emoções em cada dificuldade ou em cada decisão. Sim, de fato ajudaram bastante.
O problema nisso tudo é que acabei me dando conta que pouco a pouco, deixei de viver as minhas próprias histórias, minhas próprias aventuras, meus próprios amores, minhas próprias conquistas. Mergulhei de cabeça em vidas que nunca foram minhas, e imaginando fatos que nunca iriam acontecer.
E assim pouco a pouco passei a sentir cada vez menos. Fui me tornando uma laranja mecânica, programado para viver o dia a dia, mas entendendo cada vez menos sobre sentimentos e emoções. Afastando-me de um mundo ignorante e vivendo dentro de uma zona de conforto que apenas eu entendo, coletando histórias e vivendo através delas, mas esquecendo de que posso fazer minhas próprias histórias lá fora. Em algum ponto eu me perdi. Parei de sair, parei de tentar conhecer pessoas novas, parei de puxar assunto, parei de fingir. Diria que nesse exato momento, estou esvaziando palavras que até então, nem eu mesmo sabia que poderia descrever como minhas, afinal, uma regra primária para mim é nunca demonstrar fraqueza emocional. Bom, há uma primeira vez para tudo, diria que estou muito emotivo até.
Enquanto digito e ignoro os sons lá fora, penso no que deveria fazer a respeito de tudo isso que já disse. Isso me lembra “New Slang” minha música favorita da banda The Shins, quando perguntaram o significado da mesma, foi dito que ela foi escrita em um momento de “fugir do trabalho, de relacionamentos, de emoções e da vida”. Finalmente entendi o que ele quis dizer, talvez eu precise dar um tempo de tudo e reunir meu essencial, o que me faria bem nesse momento e nos dias que se seguem.
No momento penso apenas em terminar o post, aumentar o volume e fechar os olhos, um novo dia virá amanhã e talvez, respostas com ele. Mas voltando para minha palavra favorita, “talvez” não precise de um novo dia, e sim, sair de casa e olhar mais uma vez para o mundo lá fora com meus próprios olhos. Quem sabe não seja hora de deixar de apenas existir, e voltar a ser alguém que deve lembrar a todos que há um mundo diferente em cada um de nós.
Começando por mim.
“Eu nadei em um oceano de pessoas, conheci cada uma delas e suas histórias. Mas nenhuma delas me conheceu de verdade.”
Foi um tipo de choque, me deixou com uma sensação eterna de ter pulado do topo de uma montanha, mas ainda não ter chegado ao solo. Uma sensação que ainda não sei bem como descrever, mas de um tom agridoce. Libertador e sufocante ao mesmo tempo.
Sei disso porque parando para pensar, posso dizer que já experimentei um pouco de cada aspecto da vida, mas boa parte de meus relatos também contaram com outras participações. Notei que gosto muito de ouvir histórias de outras pessoas, os sorrisos esboçados, as batidas felizes de seus corações naqueles momentos deliciosos, e até mesmo gosto de imaginar a dor que sentem em cada tragédia. Talvez isso tenha me ajudado bastante a controlar minhas emoções em cada dificuldade ou em cada decisão. Sim, de fato ajudaram bastante.
O problema nisso tudo é que acabei me dando conta que pouco a pouco, deixei de viver as minhas próprias histórias, minhas próprias aventuras, meus próprios amores, minhas próprias conquistas. Mergulhei de cabeça em vidas que nunca foram minhas, e imaginando fatos que nunca iriam acontecer.
E assim pouco a pouco passei a sentir cada vez menos. Fui me tornando uma laranja mecânica, programado para viver o dia a dia, mas entendendo cada vez menos sobre sentimentos e emoções. Afastando-me de um mundo ignorante e vivendo dentro de uma zona de conforto que apenas eu entendo, coletando histórias e vivendo através delas, mas esquecendo de que posso fazer minhas próprias histórias lá fora. Em algum ponto eu me perdi. Parei de sair, parei de tentar conhecer pessoas novas, parei de puxar assunto, parei de fingir. Diria que nesse exato momento, estou esvaziando palavras que até então, nem eu mesmo sabia que poderia descrever como minhas, afinal, uma regra primária para mim é nunca demonstrar fraqueza emocional. Bom, há uma primeira vez para tudo, diria que estou muito emotivo até.
Enquanto digito e ignoro os sons lá fora, penso no que deveria fazer a respeito de tudo isso que já disse. Isso me lembra “New Slang” minha música favorita da banda The Shins, quando perguntaram o significado da mesma, foi dito que ela foi escrita em um momento de “fugir do trabalho, de relacionamentos, de emoções e da vida”. Finalmente entendi o que ele quis dizer, talvez eu precise dar um tempo de tudo e reunir meu essencial, o que me faria bem nesse momento e nos dias que se seguem.
No momento penso apenas em terminar o post, aumentar o volume e fechar os olhos, um novo dia virá amanhã e talvez, respostas com ele. Mas voltando para minha palavra favorita, “talvez” não precise de um novo dia, e sim, sair de casa e olhar mais uma vez para o mundo lá fora com meus próprios olhos. Quem sabe não seja hora de deixar de apenas existir, e voltar a ser alguém que deve lembrar a todos que há um mundo diferente em cada um de nós.
Começando por mim.
“Eu nadei em um oceano de pessoas, conheci cada uma delas e suas histórias. Mas nenhuma delas me conheceu de verdade.”