quarta-feira, 22 de abril de 2015

Retrospectiva





Todos os dias ao acordar, abro os olhos lentamente e percorro o local onde estou com apenas uma dúvida na cabeça. A primeira de muitas, é claro.
Sempre tenho a impressão de que não acordei de verdade, e que ainda estou sonhando. A linha entre o sonho e a realidade se perdeu há algum tempo para mim, muitas vezes permaneço deitado com o olhar fixo no teto repassando os eventos mais recentes de minha vida. O interessante é que alguns de meus pensamentos acabam caindo na nostalgia. Sabe aquela época onde tudo era mais fácil, ou que você se pergunta se poderia ter feito algo de diferente? Eu também sei.
Houve a época da inocência onde nenhuma preocupação existia. Eu era feliz demais fazendo muito pouco, era muito mais geek que hoje em dia. Todo o fim de semana convidava meus primos para dormir em casa, era um ritual semanal que tínhamos. Pedíamos pizzas, jogávamos vários multiplayers no velho Nintendo 64 (melhor época de todas, Perfect Dark que o diga), piscina a qualquer hora e eventuais passeios pelas redondezas. Minhas únicas preocupações nos meus 13-15 anos eram que jogo terminar ou que amigos convidar.
Mas aí veio o choque de realidade, ou que penso ser realidade.
Em algum momento houve uma transição, que quem me conhece e leu meus textos conhece bem. Foi quando me dei conta do quão artificial tudo se tornou, e quando não tinha mais para onde correr, além de crescer.
O conflito em minha personalidade me faz analisar tudo ao meu redor por inúmeros ângulos, logo minhas preocupações de expandiram além do que posso suportar. Hoje há o trabalho, o modo como devo gastar meu dinheiro, o eterno estudo na faculdade, os esforços para manter os ciclos sociais, a vida começando, de fato. É onde eu acabo por me perder, e bastante.
Junto às novas responsabilidades, eu também comecei a ter essa visão diferenciada do mundo e da realidade, o que me faz questionar diariamente se estou mesmo vivendo. Olho para tudo o que acontece e vejo pessoas que não sorriem tanto como antes, que não apreciam estrelas no céu, que descartam outras por falta de afinidades... Enfim, não vou divagar tanto, senão teria de incluir também o que penso a respeito do mundo atual, o que por si só é um tópico longo.
O caso é que eu nem comecei a descarregar minhas frustrações e pensamentos, não é preciso ser um rei da semiótica para notar que até o momento fui um muro das lamentações. Talvez porque ainda esteja achando que é um sonho ruim do qual não acordei, ou porque estou cansado demais para ser o Alexis que racionaliza tudo, e sonha com o que acha correto.
Enfim, eu não sei de nada hoje, no final das contas, acho que ninguém sabe. Só tentam justificar ações e pensamentos para algo que os deixe mais aliviados consigo mesmos.
Sim, era muito mais fácil decidir entre pizza de calabresa ou quatro queijos.

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