domingo, 2 de fevereiro de 2014

Bravura e Bravata



Ultimamente tenho vivido em uma fase que tem me feito bem de uma maneira bem estranha, de certa forma era tudo o que eu precisava. Eu diria que acabei me tornando um tanto frio, apático até, alheio ao mundo, só que é bem mais do que isso. Fiz o que muita gente estressada deveria fazer: parar de se importar com o que não vale a pena.
Não é nenhum segredo que nós vivemos em sociedade e consequentemente, temos vontade de permanecer nela e nos encaixar de qualquer maneira. Acredito que mencionei que meu erro maior ano passado foi ter feito disso minha prioridade máxima e acabei esquecendo quem é Alexis Tyrell lá no íntimo. Claro que precisei de um gatilho enorme, de muita decepção, falsas amizades, traições, sentimentos abalados e surpreendemente, pessoas próximas para me fazer perceber que não precisava procurar por nada, eu já tenho tudo o que preciso comigo mesmo.
Eu já me acostumei com o estigma de ser esse cara que não serve para viver em sociedade o tempo inteiro, isso é fato. Logo quando me mudei para cá, eu passava muito tempo sozinho, sabe. Ia ao cinema sozinho, mal saía de casa, só me encontrava com família e amigos da família, eu era isolado demais. Era aquele cara que anda de cabeça baixa escutando música em volume máximo andando sem rumo por aí. Depois conheci algumas pessoas, fiz amizades e aos poucos saindo da concha....ok, falso, foi aí que entrei na concha de vez.
Demorei muito tempo para perceber que eu estava vivendo uma ilusão enorme. Na minha cabeça eu tinha um milhão de amigos, era popular, tinha sempre alguém para sair, estava tudo perfeito. Só que não foi bem assim, a cada novo encontro, nova pessoa, nova situação...eu me sentia mais e mais sozinho. Me envergonho ao lembrar que fiz muita coisa errada, praticamente mendigando atenção e querendo ser alguma coisa ali. Mas isso acabou.
No final, voltei a ser exatamente como eu era antes, com algumas coisas a mais, é claro. Eu me dei conta de que não preciso caçar um bilhão de amigos, tentar agradar todo mundo, me forçar a participar das coisas, nada disso. Ora, se eu sou como eu sou, aceitem!
Acabei me dando conta de que eu sou assim mesmo...solitário na maior parte do tempo, mas por opção. Eu disse que sou um gótico por natureza e isso se reflete aqui. Eu realmente acabo me divertindo muito mais sozinho algumas vezes, e apesar de sentir falta de ter amigos por perto, não é algo que eu sinta sempre.
Hoje fui ao cinema sozinho, fazia muito tempo que não fazia isso. Foi bom, foi gostoso, aproveitei bem o filme, ri quando necessário, forjei uma boa opinião enquanto assistia...foi um programa muito bom. O bônus foi quando na fila vi um cara que foi meu amigo por pouco tempo, não senti absolutamente nada, apenas sorri e continuei a andar. Ok, talvez eu tenha sentido vontade de dizer "olha para mim, estou ótimo sem você", mas enfim....ainda sou humano.
Acho que tenho meu lado Jenna Hamilton, eu sou perfeitamente capaz de me divertir sem alguém e já aprendi a dançar sozinho.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentários e críticas, mas com bom senso, não diga nada que não queira ouvir. Just saying.