Semana passada li um texto curto e rápido, porém muito interessante. Não sei quem é o autor dessa bela obra que me deu muito o que pensar. O título é "Síndrome dos 20 e Poucos Anos", cliquem no link antes de continuarem a ler meu post, irá ajudar a entender melhor meu ponto de vista.

É fato que todo mundo cresce, querendo ou não temos que enfrentar a vida, os
sentimentos, as pessoas, tudo fora do mundo perfeito que criamos apenas para
nós. Infelizmente eu demorei demais para me dar conta que não poderia ser para
sempre o garoto despreocupado na faixa dos 14-18 anos, nem o que tem um milhão
de amigos ( se chegar a 50 acho que é muito ), o que não tem objetivos, ou o que
acredita em amor eterno. Sim, a vida chegou e eu entrei na crise dos 20 e
poucos anos, no meu caso, a crise dos 24 anos.
Já citei aqui várias vezes o quanto estou sempre em mudança, mas sejamos
sinceros...Mudanças não acontecem da noite para o dia, é um processo longo e deveras
doloroso, algumas vezes é imperativo que você vá sentir nostalgia ou irá agir
da mesma maneira que lutou tanto para mudar. Lembro que eu me achava muito
egocêntrico por fazer coisas que as pessoas normalmente não fazem ( ok, não sou
o único ocarinista, cosplayer, gótico, amante da renascença, etc e etc ), da
mesma forma que achava que tinha amigos em qualquer terreno, que poderia ter
tudo o que quisesse em um estalar de dedos...Enfim, delírios de adolescente
materialista e novamente, despreocupado. Claro que todos os tombos que levei
tiveram a ver com essas questões.
O emocional acaba sempre sendo o que vai derrubar você, independente da altura
do altar. Acho que minha mudança começou a aparecer quando experimentei a
primeira dose de realidade. Namoros um dia terminam, amizades acabam, palavras
ferem, dores físicas tiram expressões inesperadas, traições acontecem com
sorrisos esboçados, muitos fatores podem e vão pegá-lo de surpresa.
De repente percebi que passei a chorar menos, as decepções passaram a ser apenas
parte de um dia ruim.
De repente vi que amizades não são saídas para boates ou bares, ser uma figura
decorativa no cenário, ou uma ligação apenas para um momento de necessidade.
De repente vi que amores e paixões são coisas diferentes, não se deve confundir
ambos para criar expectativas falsas.
De repente pessoas me cansam, minha própria companhia acaba me relaxando muito
mais.
De repente o tempo passou a ser um artigo de luxo, e a cama, uma vitória ao
final de cada dia.
De repente pessoas que não teve pouco ou nenhum contato, se revelam
companheiros que podem vir a ser seus melhores amigos um dia.
O de repente se torna uma peça essencial aqui. É quando você desperta e para de
se preparar para a vida, percebendo que a vida acontece ao seu redor, e a bolha
em que viveu durante tanto tempo acaba de estourar. Estou em um momento da vida
onde tive de saber do que abrir mão, aprender a aceitar, a me fechar para
emoções dolorosas, a sorrir quando estou triste, a desabar apenas quando estou
sozinho, a enfrentar a vida com o rosto erguido, e não encolhido em uma concha
de mim mesmo.
Eu estaria mentindo se dissesse que é tudo simples e bonito, não é e nunca
será. Sempre sou assombrado pelo fantasma do garoto que eu costumava ser, e todos
os dias tenho de me olhar no espelho, suspirar e consentir em um movimento
rápido com a cabeça. Eu cresci, eu mudei e preciso continuar a evoluir.
Se estou feliz sendo assim? Bem, ainda viajo em meus pensamentos, ainda crio mundos utópicos onde sou feliz demais, ganhei novos colegas e amigos, passei a me dedicar a projetos que antes não podia, passei a ser mais próximo de minha família, passei a fazer muita coisa diferente.
Então minha certeza nesse momento é apenas essa. Minha crise foi superada com
sucesso.
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