domingo, 27 de outubro de 2013

Reflexo



Semana passada uma pessoa me disse que sou egoísta e imaturo, depois outra e por fim, mais uma. A princípio eu ignorei pela péssima escolha de palavras de uma delas, porém logo me dei conta de que não foi a primeira vez em que me disseram tais coisas e também não seria a última. E sabe do que mais? Eu concordo com vocês.
Sou sim, uma pessoa extremamente egoísta assim como todos vocês o são, todo mundo é egoísta. Claro que há vários níveis para isso e não cabe a mim medir cada um, então vamos ao que pensei sobre essa análise sobre minha pessoa.
Eu sou egoísta pelo meu instinto de auto-preservação sempre fazendo tudo que eu sei que irá me beneficiar de algum jeito, pensando sempre em mim mesmo antes de outras pessoas, e algumas vezes eu acabo não medindo palavras ao dar minha opinião. Está errado? Sim, em alguns ângulos está extremamente errado e em outro nem tanto. Veja bem que quando somos pessoas boas que fazemos tudo por outras pessoas, nem sempre o gesto é apreciado e logo somos passados para trás, eu sou uma pessoa que já viveu esse papel muitas e muitas vezes, foi aí que levantei o escudo de auto-preservação.
Sobre minha personalidade imatura, mais uma vez digo que todos são assim, mas diferente dos níveis de experiência, há a capacidade de aceitar e querer mudar todos os dias. Eu poderia sintetizar apenas com a frase “gosto não reflete comportamento” muitos motivos pelos quais isso está correto, mas não vou me estender tanto. Muitas de minhas atitudes são impensadas, sou muito intenso e emotivo, deixando a razão de lado para somente dar ouvidos à mesma quando já fiz algo, o que muitas vezes me leva ao arrependimento.
Combinando meu egoísmo com meu lado imaturo, sou sim uma pessoa deveras errada de se ter por perto, quanto a isso sou obrigado a aceitar e fico feliz quando vejo que tenho amigos que aceitam isso tão de boa, assim como também fico quando eles apontam meus defeitos e assim sei que são amigos de verdade, me falam tudo com a intenção de me ajudar a mudar ainda que a mudança maior tenha de vir de mim. Só tenho a agradecer quanto a isso.
Quem acompanha meu blog desde o início sabe que eu sou muito assim, na linha de pensamento “tudo muda o tempo inteiro” e eu não sou exceção dessa regra. Por mais que não pareça eu tento sempre mudar um pouquinho todos os dias, esse ano foi uma prova disso. Eu não tinha objetivo nenhum no início dele e agora tenho uma carreira que estou planejando, abandonei alguns vícios, estou controlando outros, cuidando de minha mente e corpo....mas ainda tenho um péssimo julgamento de pessoas para confiar, mas estou tentando mudar isso também.
Para terminar esse post que foi mais um desabafo que algo que estou acostumado a postar, obrigado a todos que passam ou passaram pela minha vida, se estou mesmo tentando crescer de todas as maneiras possíveis é graças a vocês que sempre estão por perto.
Carpe noctem.

“Grow up so self-destructive
Fucked up and indecisive”

Ill Niño - Unframed

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

O Estilo de Alexis Tyrell



Muitas vezes quando eu passo na rua, o pessoal se espanta. Eu mudo como um camaleão. Hoje eu estou totalmente de preto, com direito a capuz na cabeça e maquiagem, amanhã estou com meus óculos fundo de garrafa e usando roupas listradas, depois posso estar com algo esportivo ou caseiro, quem sabe tudo isso no mesmo dia. Daí as pessoas ficam naquele dilema de me decifrar.
Semana passada um conhecido me disse que sou um neo-gótico, outro me chamou de hipster metrossexual, uma garota me definiu como indeciso, assim como outra disse que ama meu estilo alternativo. E ficou a dúvida qual seria meu estilo fixo e se tinha alguma relação com a minha personalidade. Bom gente, vamos à explicação.
A verdade é que eu sou um gótico por natureza. Não por preto ser minha cor favorita, não por 70% do tempo andar com um visual dark, não por curtir metal, não parecer ser depressivo. Ser gótico vai muito disso e eu vou dizer o porquê.
Muitas pessoas criam o estereótipo ridículo de que góticos tem por obrigação se vestir de preto, serem de alguma seita, ser bruxo/a, só ouvir música deprimida, viver em cemitérios, e coisas politicamente incorretas. Está tudo errado.
A verdade é que nós góticos somos diferentes por termos uma visão única do mundo e de nós mesmos. Nós somos pessoas intensas com uma mente disposta a encarar o que o mundo normalmente abomina. Podemos achar a cena mais triste como a mais bela, algo em ruínas é a mais pura arte, nós representamos pensamentos que as pessoas têm medo de expressar. Gostamos de imaginar, de criar, de arte, de viver em um mundo criado por nós, de roleplay....Não somos fixados na morte, apenas aceitamos que vai acontecer então nossa melancolia em nada tem a ver com depressão, e sim no fato de querer desfrutar cada momento da vida, seja a tristeza ou a felicidade, um gótico pode sentir ambos assim como todos, mas de uma forma única para cada um. Da mesma forma que gostar de cemitérios não é algo obrigatório para góticos, apesar de a maioria de nós gostarmos do local pela paz e tranquilidade do mesmo.
Sobre as roupas, o preto acabou se tornando o distintivo da subcultura porque gostamos de ter contraste em meio aos outros, mas não obrigatoriamente usamos apenas preto ou estamos sempre maquiados. Góticos tem uma vida lá fora, trabalhamos, estudamos, temos eventos sociais, sabemos que nossa expressão não é aceita em todos os cantos, e nessas horas temos de guardar nossos pensamentos para nós mesmos. O preto é apenas a forma como você se sente por dentro e como quer mostrar isso para o resto do mundo.
Ser gótico não é ser deprimido, odiar a vida, usar drogas, ser suicida em potencial, ser satanista, ser wiccan, ser homossexual, ser hétero, ser masoquista, nada disso. Ser gótico é ser você mesmo, diferente do seu jeito e sabendo que por mais que não pareça, existem muitas pessoas como você lá fora, se você não se achou na sua turma, tudo bem, procure outra e caso não, sinta-se feliz do seu jeito exatamente onde está.
Então não, meu caro conhecido, não sou um neo-gótico por variar meu vestuário, sou um gótico completo, você que me lê desde os primórdios do blog já deveria saber disso.
A todos vocês góticos e não-góticos, carpe noctem, e aguardem novas postagens.

domingo, 20 de outubro de 2013

In The Crowd



Chega aquele momento onde inevitavelmente você passa a enxergar tudo por outro ângulo, chega aquele momento onde o que fazia há um dia não tem mais sentido hoje, chega aquele momento onde a companhia de alguém que gostava tanto já não significa tanto, chega aquele momento onde conversas cheias de risadas, para você são enigmas que não o fazem esboçar qualquer reação. Quando foi que tudo ficou tão complicado assim?
Ontem acordei e peguei o celular pensando em chamar alguém para assistir filme/desabafar, e de todos os meus contatos, todos os 184, apenas cinco pessoas iriam fazer isso. Isso me deixou pensativo ao me lembrar de que faço parte de várias turmas, há os colegas de faculdade, há os amigos de fora, há os do trabalho, os que moram longe, os que nunca vi pessoalmente e os que um dia irei ver. Mas com quantos dele realmente posso contar?
É muito fácil julgar, todos nós fazemos isso, não adianta dizer que não porque você já fez isso e se não fez, irá fazer. É muito fácil observar os erros e mais difícil, os acertos. É muito fácil virar as costas e dar atenção ao que está dando certo que olhar para trás pensando no que há para se fazer. O fácil sempre é a primeira opção a ser escolhida.
Muitas vezes eu me sinto como um cara invisível na multidão, as pessoas não olham para mim, as pessoas esbarram em mim, as pessoas me julgam, as pessoas não ligam, as pessoas não se importam. Isso se aplica até mesmo nos círculos sociais, que a conversa acontece ao seu redor e você apenas para e observa. É interessante citar que quando você fica parado e passa a olhar atentamente, você percebe que as pessoas podem ser mais parecidas com você do que imagina.
Às vezes você pode ver alguém discutindo no celular e se decepcionando, pode ver uma alma carente passar a mão pelo canto dos olhos e em seguida sorrir como se nada aconteceu, um casal disfarçadamente soltar as mãos, um sorriso sumir após ler algo no smartphone, muito pode estar acontecendo ao seu redor se você se permitir observar.
Eu poderia estar lamentando profundamente meu estado atual de solidão involuntária, mas que bem isso faria? O mundo não vai parar e vir me dizer para levantar e seguir em frente. Uma amizade quebrada não vai se consertar magicamente, uma pessoa não vai parar de achar que você está errado se você não se impuser e nada se resolve por si só. Algumas vezes é necessário pegar a batuta do maestro e conduzir sua própria orquestra, pois em um mundo cheio de arrependimentos somente você tem o poder de mudá-lo.
Quanto a mim, eu estou me sentindo um pouco mais sábio hoje em relação à ontem, sei que não vou me sentir melhor por estar digitando aqui ou pensando em como as coisas poderiam ser diferentes, é hora de começar a agir e deixar os conceitos de lado.
E se nada mais der certo não tem problema, dá para se distrair bem juntando R$4000,00 para comprar um PS4.


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Amor Ou Algo Assim



Sabe aquele momento onde você sai de casa, a chuva caindo, friozinho de tarde úmido, fones de ouvido com uma música bem indie que faz pensar na vida, no que aconteceu até agora e no que vai acontecer no futuro? Com certeza você já passou por isso, se não passou vai passar.
Infelizmente no meu caso, eu passei um fio sobre meus relacionamentos passados e no que deu errado em cada um. O mal de quem namora ou fica, é achar que só porque você aprendeu muita coisa na teoria a mesma coisa vai acabar se aplicando na prática, só que não é assim tão simples. Você vai sim, fazer tudo diferente.
É quase certo que nós temos a mania de deixar os sentimentos passarem na frente da razão, e isso nos cega para muitas coisas.
Foi tipo meu namoro mais duradouro, ainda me lembro até hoje. Conhecemos-nos no dia 27 de outubro de 2007, e o Bernardo (nome fictício) era tudo o que eu queria ou achava que queria. Se você procurasse por Prince Charming no dicionário, teria a foto daquele cara de cabelos castanhos e olhos azuis chamado Bernardo.  Acho que o problema foi justamente esse, ele era tão perfeito que eu nunca questionei nada, nós nunca brigamos, nunca discutimos, sempre estivemos de acordo com tudo, nunca rolou nem um ciúme básico. Aí em março de 2009 ele chegou com a seguinte frase: “Eu fui visitar uma amiga e o primo dela estava lá, nos conhecemos em uma formatura, não sabia que eram primos....bom, resumidamente nós ficamos”.
Aquela frase me assombrou tanto que eu literalmente fiquei sem ar, me senti caindo em um abismo sem fim, e meu coração doía tanto que não consegui nem chorar na hora, só quando voltei para casa. E foi aí que eu me culpei, sim, de alguma maneira louca eu achava que a culpa havia sido minha, que eu não demonstrei o suficiente, que eu deveria ter estado mais presente, que talvez se eu tivesse saído com ele mais vezes isso não teria acontecido. Até tentei manter o namoro por mais algum tempo, até ele inevitavelmente terminar comigo.
Passei uns bons 6 meses no limbo, só saía sozinho, passava horas no quarto, não falava com ninguém, qualquer coisa me lembrava ele, e eu ainda tinha o prazer insano de me lembrar dele propositalmente.
Não sei exatamente qual foi o gatilho que me fez perceber quão patético eu estava sendo, mas pouco a pouco as peças foram se encaixando. Ele ia para muitas formaturas, ele nunca respondeu meus sms, ele me agradava tanto que eu não precisava perguntar nada a ele...de repente, ele não era mesmo um Prince Charming, era só um cara que sabia jogar bem, e eu sofri à toa.
Claro que na época eu não tinha tanta experiência como hoje, e ainda assim varia de pessoa para pessoa, é difícil manter a guarda erguida o tempo inteiro. Do Bernardo para o Samuel, do Samuel para o Eduardo, do Eduardo para recentemente, o Lisandro, as diferenças entre eles foram muitas, mas a semântica das ações, nem tanto.
Em algum ponto algo deu errado, em algum ponto um de nós acabou se culpando, um de nós botou um ponto final, um de nós perdeu a razão, etc e etc. Só que por sermos pessoas que vivem em sociedade, acabamos querendo tentar de novo e esperando resultados diferentes. Não digo que tudo vai dar errado, pode dar muito certo sim, da mesma forma que alguns de meus relacionamentos por mais curtos que foram, foram os melhores momentos que já tive ao lado de alguém.
Em resumo, é necessário haver alguma noção do que você faz, lembrar que antes de amar alguém, você deve começar por si mesmo, e estar pronto para enfrentar as batalhas necessárias em cada relação. Lembrando que a vitória deve ser mútua, ok?
Quanto a mim, nesse momento tenho consciência de que estarei sozinho por um bom tempo, parei de procurar alguém só para mim (citando uma frase repetida várias vezes em Chobits), não que isso seja ruim, pois me dá algumas perspectivas diferentes e novos ângulos para analisar.
E é claro, se eu estivesse em uma relação, eu teria ainda menos tempo para o meu PS3.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Anti-Herói



Essa semana depois de conquistar o posto de vilão honorário, uma pessoa que eu costumava conhecer me perguntou quando exatamente eu mudei ou se eu sempre fui assim, calculista e inconsequente, um contraste interessante da sombra de Alexis Tyrell. Ponderei essa questão, mas a resposta veio da boca de uma amiga, que me disse que eu sempre fui assim, mas em algum momento um gatilho me fez revelar minha verdadeira personalidade.
De repente tudo começou a fazer sentido quando comecei a comparar o meu antes e o meu agora.
No início da minha adolescência eu também fui blogueiro, mas na época era tudo muito diferente. Eu era o cúmulo do positivismo e da inocência, acreditava cegamente em finais felizes, que tinha um milhão de amigos, que era o melhor em tudo o que fazia, e até mesmo que no futuro eu seria alguém famoso e casado com o Chris Evans. Sim, eu era desses.
Aí após experiências de vida, decepções, algumas vitórias vazias e completas, e gerações de conhecidos indo e vindo, acabei me moldando no que sou hoje. Repetindo alguns posts passados, eu vivo dizendo que nós estamos em constante mudança, logo, o que eu pensava ontem, pode não valer hoje, assim como a minha mente hoje, pode não ser a mesma de amanhã.
Hoje em dia muita coisa mudou, certamente. Em algum ponto eu me tornei uma pessoa bastante introspectiva, escondendo minhas emoções sempre atrás de bons sorrisos, sarcasmo/ironia engatilhado, gargalhadas e gestos de carinho. Deixei de pensar sempre de maneira positiva, passei a ser mais realista em relação ao mundo lá fora e isso acabou me dividindo, me fazendo querer estar sempre dentro do meu próprio universo, fechando os olhos e tentando estar em qualquer lugar menos aqui. Passei a deixar implícito quando preciso estar sozinho, é quando levanto o capuz e coloco os fones de ouvido, ou quando subitamente paro de conversar e fico a observar. O Alexis de antes não é o mesmo de agora, não inteiramente.
A mesma amiga que me disse que sempre fui assim, tinha total razão. Por mais que eu tenha mudado tanto, uma coisa permaneceu sendo a mesma: a minha capacidade de ser assim, ácido e bastante frio em algumas situações, seja para sair por cima ou jogar a verdade sem pensar muito. Era uma habilidade que até pouco tempo eu escondia, mas hoje voltei a ser blogueiro e penso que é desnecessário medir palavras...pelo menos as mais importantes porque né, não sou obrigado.
Em resumo, sim, sempre fui essa peça que pode ser irritante com seu jeito misterioso de agir, mas também posso ser uma pessoa fácil de lidar se souber ler nas entrelinhas. E apesar de não ser o mesmo Alexis Tyrell em sua adolescência, ainda tenho o sonho não tão secreto de fugir e casar com o Colin O’Donoghue com o visual de Killian Jones em Once Upon a Time.
Afinal, ninguém é de ferro.



terça-feira, 8 de outubro de 2013

Hipocrisia? Imagina!



Eu tenho certa noção de que posso não ser o tipo mais legal de pessoa para se lidar. Na verdade, admiro muito as pessoas que sabem reconhecer seus erros abertamente, isso é algo que eu tenho muita dificuldade em fazer. Sério, eu posso estar errado o quanto for, mas eu só irei admitir para mim mesmo por uma questão de orgulho. Só que no final ainda vou continuar tendo noção de que sou errado, difícil e com falhas, muitas falhas.
Resolvi abrir o post com essa observação para entrar em outro território conhecido por muitos de nós. Essa zona possui muitos nomes, para cada pessoa é uma coisa diferente ou muitas ao mesmo tempo...falsidade, falso-moralismo, egocentrismo, etc. Vou chamar pelo nome que abrange todos os outros: hipocrisia.
Acho interessante e até risível o modo como algumas vezes insistimos em dizer que estamos certos em nossos pontos de vista, que são deveras deturpados em certas ocasiões. Citando um exemplo pessoal, ainda há poucos dias atrás um conhecido meu cansou de me julgar porque fiquei com alguém no meio da rua acompanhado de um amigo. Ok, minha culpa ter bebido demais e ter aprontado, mas esse mesmo conhecido beijou três pessoas na mesma noite, fez um proibido para menores em uma delas na frente de conhecidos e desconhecidos, e na noite seguinte ficou com alguém que jurou de pés juntos que não ficaria nunca. Pela lógica, eu teria muitos Ace of Spades para usar contra ele, certo?
Outro exemplo: discuti com um amigo a respeito de algo muito pessoal, mas que havia se repetido pela segunda vez e errei pela segunda vez com ele. Mas esse mesmo amigo possui o incrível dom de achar que o ponto de vista dele se sobressai em relação aos outros, onde é ok apontar e apontar, mas ele se recusa a aceitar que esse é um direito mútuo. Ele pode até dizer que também errou só que nunca vai apontar os erros, é uma frase superficial, uma tentativa de ter menos culpa, de ser menos errado, não sei, mas é um ponto importante.
Ou seja, se você vai julgar alguém esteja pronto para saber que também será julgado. Eu sinceramente não sei se acho cômica demais essa mania universal de apontar dedos e se achar dono de razão, ou lamentável ao extremo. Não sei quem escreveu o livro de regras onde está escrito que tudo bem você fazer algo, desde que mais ninguém faça ou estará automaticamente errado para todos, menos para você.
Eu estaria mentindo se dissesse que sou um ícone de valores certos, sou tão culpado quanto qualquer um. Em algum ponto da vida você vai pisar em falso, mas você também terá a chance de fazer a coisa certa e mudar. O triste é saber que existem pessoas que mesmo sabendo quão falsas são em seus valores, ainda assim persistem ao tocar sempre a mesma nota em seus pianos. O que resta é ao menos tentar seguir em frente consertando aos poucos o que quebrou com suas palavras ou ações, ou morrer tentando. No final, prefiro acreditar que segundas chances existem para quem souber abrir os olhos enquanto ainda é tempo.
Pode ser fácil ou difícil, só depende de sua força de vontade, a minha existe. E quanto a sua?

domingo, 6 de outubro de 2013

House Parties



Se eu fizer uma recapitulação das duas últimas noites, vou obter resultados inesperados. Começando pela sexta, tinha tudo para ser algo que eu faço todas as semanas. Reunir um grupinho, chegar ao bar, beber, dançar músicas antigas, rir de tudo e ficar por isso mesmo. Acabou acontecendo o oposto.
Nos reunimos na casa de um cara, com pessoas que eu conhecia e outras não, mas os dramas me eram familiares. Incrível como no final das contas, tudo acaba voltando como um bumerangue de emoções e conflitos internos. E não só de minha parte, mas ao meu redor se nota isso. Há uma falsa felicidade mascarada pelo álcool, mas nos olhos a tristeza é constante. Há a verdade que sai em meio a palavras embriagadas que nos dão o que pensar. Há aquele que se fecha em uma falsa segurança e acaba sendo o palhaço da noite. Eu? Eu fiz o meu modus operandi de sempre. Comecei bebendo e rindo, mas em algum momento que nunca sei qual o gatilho, eu começo a pensar...começo a imaginar...começo a perceber, e fico mal.
Geralmente é nessas horas que eu ilustro a imagem caricata que possuem de mim, sim, eu viro o cara que coloca o capuz sobre a cabeça, olha para trás e em seguida sai caminhando para ir embora e “Don’t Tell Me” da Avril Lavigne ecoando em meus ouvidos.
Ontem não foi exceção, exceto talvez de ter sido a noite mais inesperada de todas.
Novamente citando a questão da expectativa, dessa vez ela acabou sendo vencida naturalmente. Era para ter sido apenas uma noite comum, com videogames, cappuccinos e risadas. Por conta peças mal encaixadas, se tornou uma pequena festa com muita bebida, e pessoas que até então não conhecia, mas que me foram apresentadas e logo a mesa de nove pessoas se tornou uma de quinze, e depois, ainda mais.
Foi nesse momento que me senti um personagem de contos de fadas, uma espécie de Cinderella na reversal russa. Eu havia criado o baile, mas me senti como a única peça que não se encaixava ali. Talvez por ter visto ângulos que não queria, talvez por ter visto ângulos que gostei de ter visto, talvez por ter-me faltado palavras quando precisei, talvez por ter falado quando não deveria....talvez, talvez, talvez.
A parte engraçada da noite foi ter descoberto novamente algo que eu já tinha certeza, mas precisava de uma afirmação, e é quando você percebe que às vezes o melhor a ser feito é se afastar. Lembro que uma amiga que está me ajudando bastante sem fazer muito havia me dito que é necessário se abstrair e manter a calma, coisa que não ando processando tão bem assim ultimamente. Minha transparência se tornou algo tão perceptível que um olhar já diz que Alexis Tyrell tem algo de errado, o que quebra um pouco a barreira que havia colocado para disfarçar a causa, isso e algumas decepções que preciso exorcizar para fora da minha vida, que novamente me assombraram ontem.
Apesar de tudo não foi uma noite perdida. Conheci outros mundos, conheci outras pessoas, ouvi a voz da experiência, vi uma pessoa que eu queria ver a algum tempo e tem me feito sorrir, abracei outras que gosto de conversar, por mais triviais que sejam os tópicos...não foi uma noite perdida, apenas estranha, inesperada, cheia de consequências(boas e ruins) e um tanto fora de controle.
No final das contas, meu único arrependimento foi não ter sorrido tanto olharam para mim. Acho que preciso voltar a aprender a sorrir espontaneamente, afinal. 

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Outros Ângulos



Noite passada, vários posts meus acabaram se misturando, o que foi incrível, depressivo, feliz e agonizante, tudo ao mesmo tempo em um turbilhão de pensamentos e emoções novas, e algumas bem antigas até. Quem leu o post “Uma Noite”, viu que eu estava sob efeito de bebida, e assim passei a enxergar muitos ângulos diferentes de situações do momento, algumas passadas, inclusive. Mas ontem aconteceu o inverso, consegui vários ângulos diferentes apenas por observar ou imaginar.
É interessante saber que às vezes você pode ter tudo ao seu alcance, mas não pode realmente alcançar nada. Confuso? Um pouco, mas me senti assim ontem. Por exemplo, tudo começou com um planejamento simples, com pessoas legais e um programa típico de feriado, um cinema com um filme divertido. No final, a fila estava enorme, desistimos na hora e fomos para um rodízio, em uma pizzaria que fomos super mal atendidos.
Foi quando a noite começou a mudar, em meio a nossa conversa sobre religião, espiritismo, dogmas e variados, pude perceber que cada pessoa possui um ponto de vista diferente e alguns deles acabam se completando. Eu me abstraí da conversa porque há momentos onde acho que observar acaba sendo melhor do que participar, até porque religião não é bem um assunto que eu goste, cada um tem a sua e eu respeito todas, mas a partir do momento em que tentarem se sobressair com isso, vou ficar deveras entediado.
Nesse meio tempo, de alguma forma eu não estava ali. Sabe quando você começa a olhar para os lados e passa a imaginar estar em outro canto? Passando a imaginar como é a vida das pessoas ao seu redor? Você se sente em outro lugar, em outro mundo, outro universo....tudo bem, digamos assim, diferente de um modo como você se sentisse em um quebra cabeça onde você é a peça que não se encaixa? Pois é. E eu não estava bêbado, foi apenas uma série de insights.
Depois desse episódio, fomos para a estrada de ferro, onde vejam só, encontramos muitas pessoas conhecidas em meio a músicas que todos gostam. Acho que o erro foi justamente o excesso de pessoas conhecidas ali.
Novamente citando o post “Uma Noite” e juntando-o com “Like A Movie”, eu parecia estar em meio a um episódio da minha vida. Olhava ao meu redor e conhecia várias histórias dos meus amigos e conhecidos, o passado, o presente, até mesmo alguns futuros. Mas quando percebi que algumas dessas histórias se entrelaçavam comigo, eu me dei conta do quão vazio era a minha história ali. Isso me lembrou da citação sobre o oceano de pessoas, onde você nada nos mares de todas elas, mas nenhuma delas sabe como é o seu oceano, o que você esconde, o que você teme, o que você quer...nada disso.
Foi quando fiquei irritado.
Veja bem, é tão ruim assim você querer estar ali, aproveitando o momento sozinho ou acompanhado, mas em cada boca, você está chateado por um motivo diferente. Alguém acha que é por culpa dele ou dela, outro pensou que foi por algo que aconteceu, outro por algo que não aconteceu, outro fica desconfortável pelo seu jeito, outro tenta te entender, outro sai de perto e vai embora....e o engraçado foi que muitos me perguntaram o que havia de errado, mas não perguntaram o óbvio “Quer desabafar?”, mas não os culpo por isso.
No final das contas, acabei preferindo ficar me divertindo do meu jeito, curtindo a música ao vivo, cantando quando conhecia a letra, saber que os meus amigos estavam ali também ajudou, mesmo que pouco a pouco fossem embora. E a noite na minha cabeça acabou terminando como um episódio da série da minha vida...a câmera se afastando em visão panorâmica e “Pink and Black” de Tyler Hilton tocando  ao fundo.
De todo esse episódio só pude ter uma conclusão: às vezes é muito melhor quando as coisas simplesmente acontecem e você observa de longe. Na sua cabeça, faz mais sentido assim.
Quem sabe outro dia você não sinta vontade de puxar alguém para o canto e perguntar se ele/ela quer ouvir o que tem a dizer. 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Expectativa - Como Lidar?



As experiências de vida são algo deveras interessante, em alguns dias você tem tudo, em outros você não tem nada, e na maior parte do tempo tem de lutar por cada pequeno direito...isso todos os dias, sem exceção.
Eu me pego reclamando das expectativas várias e várias vezes, inclusive quem lê meu blog sabe bem o quanto bato nessa tecla. Mas é meio inevitável não começar a fazer algo já almejando como você espera que termine, e isso vale para qualquer coisa. Seja por aquela série nova que estreou, uma paquera que está começando, os amigos que você vai encontrar, o programa que está tentando marcar em turma, o CD de sua banda favorita que lançou recentemente, a expectativa nasce em tudo isso.
Mas se esse for o caso, como lidar com a expectativa que você já sabe que quase nunca está certa? Bom, vou explicar como eu faço para lidar com isso e com qualquer outro problema.
Eu simplesmente tento não pensar.
Parece uma saída dos covardes, claro, afinal uma hora ou outra você vai ser obrigado a aceitar ou resolver o que tiver à sua frente. Mas é aí que entra uma parte importante que poucas pessoas se lembram: na maior parte do tempo, resolver algo no calor do momento pode ser catastrófico.
Em uma discussão, você provavelmente vai dizer o que não quer, em um momento de decepção, vai deixar transparecer o quanto está acabado, em um fim de qualquer coisa, a coisa mais difícil será estufar o peito e virar as costas.
Então não pense, nem faça, deixe tudo para quando tiver condições, irá economizar muito e talvez saia com a dignidade intacta. Algumas vezes não será possível deixar para depois, talvez por uma questão de orgulho, talvez por querer acabar logo com o sofrimento, ou talvez apenas pela vontade de estourar ali mesmo. Já estive em todos esses cenários.
Parafraseando várias pessoas que já disseram algo parecido, eu digo que às vezes o melhor é deixar a vida te surpreender, pelo sim, pelo não, algo irá acontecer. E sempre será assim, algo contínuo.
Lembro uma vez onde preparei todo um cenário para ter o namoro perfeito. Dava presentes, marcava encontros, ria das piadas sem graça dele...enfim, era o namorado que todo cara digno deveria ter. Maaaaaas, era algo unilateral, foram poucas as vezes que ele demonstrou gostar das coisas, ele nunca realmente fez nada legal por mim, criticava tudo o que eu fazia, além de arrumar motivos torpes para discussões.
E eu levava na boa por causa da expectativa, achava que tudo ia dar certo forçando tudo a ser do jeito que eu queria. Viram aí o meu erro mór? No final das contas eu cansei, o mandei virar hétero pegador da zona leste, descarreguei alguns meses de xingamentos que arrepiariam Dercy Gonçavels, e coisas assim. O bom é que saí dessa a pessoa mais calma do mundo, sério, hoje em dia a coisa mais difícil é me ver gritar com alguém ou socar sem motivo. Foi algo que aprendi nessa experiência, nessa expectativa, e nesse término.
Então para concluir, continue a viver sem pensar muito, apenas aproveite o que você tem e conquiste o que quer ter, mas na calma, sem forçar a situação, e sem pensar que o boy com visual do Neymar vai virar o Chris Hemsworth com a sua ajudinha.
Sério, não estamos ainda no nível de fazer milagres.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Os Vários Eus De Mim



Vamos contar inicialmente o óbvio: quando você está dirigindo sozinho somente na companhia da chuva lá fora, observando a paisagem parada através do vidro molhado, e acima de tudo isso, ouvindo as músicas mais depressivas na ordem (Boulevard Of Broken Dreams, Castle Of Glass, The Sore Feet Song, Numb, e por aí vai), e daí você começa a pensar na vida....ok, tem como não entrar na bad e começar a filosofar até mesmo no motivo por você estar respirando?
Então, eu estava assim até uma meia hora atrás. O tópico do dia foi os vários Alexis Tyrell que o pessoal conhece.
Achei engraçado que hoje me definiram algumas vezes e eu fiquei tipo, espantado. Uma garota que conheci recentemente e é bem bacana me disse que eu sou extremamente comunicativo, e que me jogo de cabeça nas conversas. Um cara do meu trabalho falou que eu sou louco pelos meus gostos, ok, quase ninguém é tão sonhador, ocarinista, metaleiro from hell e pseudo-gótico, mas vamos lá. Uma conhecida falou que eu sou muito festeiro, ainda que eu só vá para festas onde saiba que terei companhia, da mesma forma que um amigo me disse que sou muito fechado e calado, muito na minha, muito se dane o mundo, eu tenho o meu próprio.
Daí eu me peguei pensando no seguinte....e se na verdade eu me moldei para cada uma dessas pessoas? Como é o Alexis Tyrell de verdade?
Quando passei a cantar as músicas no meu carro, eu relembrei das várias fases da vida em que eu passei...na minha adolescência, eu era um cara que queria ser o rebelde incompreendido, sempre diferente de todo mundo, carreguei um pouco disso até hoje, vide novamente os meus gostos peculiares. Houve também a fase onde eu achava que estava sozinho no mundo, então passei a ser melancólico em tempo integral, incapaz de acreditar nas pessoas, então passei a me fechar em uma concha...também carrego isso de vez em quando, quando me vir com fones de ouvido, já sabe que quero paz para pensar. Lembro que também já fui um otaku de carteirinha, sempre assistindo animes e lendo mil mangás, fazendo cosplay nos eventos, até entrei no Kumon para aprender um básico de japonês, mas como foi fase, tudo isso foi embora, exceto talvez o gosto pela cultura oriental e o sonho de visitar Tóquio um dia.
Ah, e como esquecer a fase que dura hoje? A de individualista pseudo-gótico convicto que ama se vestir de preto não para deprimir, e sim para lembrar que preto ou caveiras ao contrário do que a sociedade pensa, preto é uma cor que significa mudança e caveiras representam a todos, um lembrete de que por baixo de tudo isso, todos somos esqueletos? Um beijo para o recalque e preconceituosos aí, just saying.
No final, cheguei à conclusão (sim, fui redundante e sei disso) de que sou tudo isso que citei e mais um pouco. Parafraseando um post antigo do blog e meu próprio perfil ali do lado, esse negócio de “ai, sou sincero, honesto, amigão” e esse blá blá blá todo não define ninguém, todos são diferentes sim, mas também somos uma metamorfose constante, nas experiências que passamos e nas fases difíceis (quem jogou Cat Mario sabe muito bem do que falo), nós temos de aprender a nos virar e sermos o Alexis que o momento está pedindo. Não digo que meus sentimentos são fechados, caso contrário nunca teria gostado de ter tantas pessoas por perto, falo apenas em uma questão de comportamento, tanto para você quanto para quem está ao seu redor.
Para concluir, (olha a redundância aí de novo) eu sou gótico, rebelde, punk, metaleiro, popeiro, antisocial, social até demais, detesto salgados, mas vivo comendo, odeio moda, mas amo combinar minhas roupas, não aturo uma pessoa, mas gosto de coexistir com ela....ok, nem eu entendi bem onde quis chegar....ah, entendi sim.  Eu sou tudo isso e mais um pouco, porque? Porque eu sou humano, e todos vocês também.