segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Sob Olhos Marejados




E lá estava Anton suado após a dança, sua respiração ofegante era abafada pela música alta enquanto ele permanecia com o corpo paralisado no final da coreografia. Seu rosto mascarado disfarçava o suor e os seus lábios trêmulos ao observar o resto do salão com seus olhos castanhos. Não houve aplausos, não houve reações, não houve sorrisos, apenas olhares arqueados. O primeiro assalto foi este.
Frustrado pelo acontecimento anterior, o garoto tentou se distrair em meio a uma dança qualquer no salão, exceto que ao olhar para o lado ele viu uma cena que gostaria de não ter visto. Uma troca de beijos, uma simples troca de beijos, que automaticamente fizeram Anton sentir uma chuva de agulhas e alfinetes em seu coração. Este foi o segundo assalto.
Mais uma vez ele tentou estufar o peito e sorrir, dessa vez em meio a todos os outros que mal o conheciam. Justamente por não o conhecerem, ele foi excluído daquela comemoração, algo que com muito esforço ele fingiu não se importar, embora internamente tenha gritado em plenos pulmões enquanto seus punhos enluvados cerravam dentro dos bolsos da calça. Assalto número 3.
Dando-se por vencido ele optou pela saída dos covardes, utilizando o milagre químico ao inalar o diamante em pó, instantaneamente lhe dando toda a tranquilidade que precisava, e logo ele era o Anton O’Connor que fechava os olhos e se fechava em seu próprio mundo. Um mundo onde não havia sentimentos ou pessoas, sendo um mundo solitário e perfeito, pois ali nada poderia machucá-lo.
Infelizmente a cada vez que abria os olhos, tudo voltava a assombrá-lo. Foi quando percebeu que deixava transparecer mais do que gostaria. Em determinado momento Jade Dawson o puxou até o canto e disse claramente que sabia que havia algo errado, pois nos olhos de Anton havia apenas dor em meio aos globos avermelhados, mesmo através de sua longa máscara. “Nada que não possa superar”, disse Anton em resposta, voltando a dançar em seguida.
Gary Winchester também percebeu algo errado, seus olhos brilhantes o analisavam e não demorou a entender o quanto Anton estava perdido. Diferente de Jade, ele preferiu se manifestar depois da grande festa, tendo uma demorada conversa com o garoto a caminho de casa.
Passado o efeito, o cansaço chegando e o final daquela noite, Anton percebeu que nada realmente mudou. Ele continuava no mesmo lugar e com os mesmos problemas, os sentimentos incertos, os dramas frequentes iriam assombrá-lo. Sentado em um banco qualquer de um parque, ele fechou os olhos e tentou não dormir, ainda havia pontas soltas para amarrar.
A única certeza de tudo isso foi a de que não importa quão bom você seja isso nunca irá parar os problemas de chegarem até você. Ao abrir os olhos mais uma vez, Anton arriscou uma tentativa de sorriso, iria precisar treinar mais alguns até saber como desligar totalmente seus sentimentos do resto do mundo.
Uma parte já estava completa, pouco a pouco ele sentia menos dor. Mas a outra parte ainda queria acreditar no mundo, essa era a parte que dizia que está tudo bem chorar de vez em quando. Era o que o fazia lembrar que ainda possuía sentimentos.

“'Cuz my friend said he'd take you home
He sits in a corner all alone
He lives under a waterfall
Nobody can see him
Nobody can ever hear him call”
Oasis - Supersonic

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Let Go





Durante quase um mês passei por uma fase de transição que ainda ocorre o tempo inteiro. É extremamente difícil aceitar certas coisas, e mais difícil ainda manter um sorriso no rosto, um que diga “Não ligue, está tudo bem”. Não são todas as pessoas que passam a vida inteira com um objetivo em foco para segui-lo até o final dos tempos, como já falei e parafraseei diversas vezes vivemos em mudanças constantes, quem você é hoje não poderá ser você amanhã.
Perdi algumas pessoas em pouco tempo, algumas baixas que não me acrescentavam nada, outras que poderiam ter significado tudo, e ainda alguns casos que permanecem junto a mim, porém sinto como se fossem inalcançáveis. Claro que também existem aquelas que são onipresentes e notam quando algo de errado está acontecendo independente da distância, algo que admiro.
Sempre achei que sou a transparência em pessoa, sabe? Quando escuto uma música e canto um trecho da mesma, significa que aquela frase define o momento, sempre que paro de falar e fixo o olhar em um ponto morto, significa que naquele instante queria que fosse tudo diferente e me pego imaginando o que poderia mudar ali, quando puxo o capuz sobre a cabeça quer dizer que quero um tempinho recluso no meu mundo, onde me sinto seguro. Claro que nenhum desses sinais é tão importante para meus amigos onipresentes, uma delas me surpreendeu ao me puxar no canto para conversar e dizer que notou a melancolia apenas pelo meu olhar, assim como outro colocou a mão sobre meu ombro e disse que meu sorriso não era como ele costumava lembrar.
É bem verdade que andei passando por caminhos obscuros ultimamente, onde tive de aprender que ainda não aprendi tudo, que boa parte do que sei não se aplica em tempo integral. Ainda sou aquele garoto que se sente deslocado do mundo pela maneira sonhadora de pensar, o cara que diz que está tudo bem, mas é incapaz de esconder a decepção quando a sente, o Alexis Tyrell que faz muito pelos outros e acaba sofrendo quando não dá certo, e até mesmo o egoísta que a cada relance no reflexo do espelho, sente algo de diferente naquela imagem. Mas aprendi que é possível segurar a vontade de gritar alto, que pouco a pouco fica mais fácil recolher os destroços que se partem dentro de si; é possível sim, manter relações se souber usar bem as palavras; orgulho nunca vai ser maior que a vontade de se fazer o certo; a vida sempre lhe dá lições novas. A mais importante delas para mim no momento é a mais simples delas: você tem de saber quando deixar algo ir, a vida não vai esperar você se recuperar antes de lhe dar outro choque.
Uma coisa que notei é que sempre tive um puto complexo de vítima. A culpa nunca era minha, todos sempre me deixavam na pior, todos sempre foram obrigados a me ouvir reclamar, que sou muito solitário, a vida sempre foi injusta comigo, o carma me pegou para Judas, e blá blá blá. Parei com isso, já entendi que tudo o que acontece tem um propósito maior, e até prefiro acreditar que tudo isso é para me fortalecer, por mais doloroso que seja. Nada é tão difícil que eu não possa superar sozinho ou com a ajuda dos amigos. Só me resta respirar fundo, me levantar e continuar a caminhar pelas ruas escuras que escolhi.
Então, mesmo olhando à distância uma pessoa que queria por perto com lágrimas nos olhos, sempre posso enxugá-las e sorrir, dizendo mais uma vez “Hey, está tudo bem.”

“I feel numb most of the time
The lower I get the higher I'll climb
And I will wonder why
I got dark only to shine”

Marina and the Diamonds - Numb

domingo, 27 de outubro de 2013

Reflexo



Semana passada uma pessoa me disse que sou egoísta e imaturo, depois outra e por fim, mais uma. A princípio eu ignorei pela péssima escolha de palavras de uma delas, porém logo me dei conta de que não foi a primeira vez em que me disseram tais coisas e também não seria a última. E sabe do que mais? Eu concordo com vocês.
Sou sim, uma pessoa extremamente egoísta assim como todos vocês o são, todo mundo é egoísta. Claro que há vários níveis para isso e não cabe a mim medir cada um, então vamos ao que pensei sobre essa análise sobre minha pessoa.
Eu sou egoísta pelo meu instinto de auto-preservação sempre fazendo tudo que eu sei que irá me beneficiar de algum jeito, pensando sempre em mim mesmo antes de outras pessoas, e algumas vezes eu acabo não medindo palavras ao dar minha opinião. Está errado? Sim, em alguns ângulos está extremamente errado e em outro nem tanto. Veja bem que quando somos pessoas boas que fazemos tudo por outras pessoas, nem sempre o gesto é apreciado e logo somos passados para trás, eu sou uma pessoa que já viveu esse papel muitas e muitas vezes, foi aí que levantei o escudo de auto-preservação.
Sobre minha personalidade imatura, mais uma vez digo que todos são assim, mas diferente dos níveis de experiência, há a capacidade de aceitar e querer mudar todos os dias. Eu poderia sintetizar apenas com a frase “gosto não reflete comportamento” muitos motivos pelos quais isso está correto, mas não vou me estender tanto. Muitas de minhas atitudes são impensadas, sou muito intenso e emotivo, deixando a razão de lado para somente dar ouvidos à mesma quando já fiz algo, o que muitas vezes me leva ao arrependimento.
Combinando meu egoísmo com meu lado imaturo, sou sim uma pessoa deveras errada de se ter por perto, quanto a isso sou obrigado a aceitar e fico feliz quando vejo que tenho amigos que aceitam isso tão de boa, assim como também fico quando eles apontam meus defeitos e assim sei que são amigos de verdade, me falam tudo com a intenção de me ajudar a mudar ainda que a mudança maior tenha de vir de mim. Só tenho a agradecer quanto a isso.
Quem acompanha meu blog desde o início sabe que eu sou muito assim, na linha de pensamento “tudo muda o tempo inteiro” e eu não sou exceção dessa regra. Por mais que não pareça eu tento sempre mudar um pouquinho todos os dias, esse ano foi uma prova disso. Eu não tinha objetivo nenhum no início dele e agora tenho uma carreira que estou planejando, abandonei alguns vícios, estou controlando outros, cuidando de minha mente e corpo....mas ainda tenho um péssimo julgamento de pessoas para confiar, mas estou tentando mudar isso também.
Para terminar esse post que foi mais um desabafo que algo que estou acostumado a postar, obrigado a todos que passam ou passaram pela minha vida, se estou mesmo tentando crescer de todas as maneiras possíveis é graças a vocês que sempre estão por perto.
Carpe noctem.

“Grow up so self-destructive
Fucked up and indecisive”

Ill Niño - Unframed

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

O Estilo de Alexis Tyrell



Muitas vezes quando eu passo na rua, o pessoal se espanta. Eu mudo como um camaleão. Hoje eu estou totalmente de preto, com direito a capuz na cabeça e maquiagem, amanhã estou com meus óculos fundo de garrafa e usando roupas listradas, depois posso estar com algo esportivo ou caseiro, quem sabe tudo isso no mesmo dia. Daí as pessoas ficam naquele dilema de me decifrar.
Semana passada um conhecido me disse que sou um neo-gótico, outro me chamou de hipster metrossexual, uma garota me definiu como indeciso, assim como outra disse que ama meu estilo alternativo. E ficou a dúvida qual seria meu estilo fixo e se tinha alguma relação com a minha personalidade. Bom gente, vamos à explicação.
A verdade é que eu sou um gótico por natureza. Não por preto ser minha cor favorita, não por 70% do tempo andar com um visual dark, não por curtir metal, não parecer ser depressivo. Ser gótico vai muito disso e eu vou dizer o porquê.
Muitas pessoas criam o estereótipo ridículo de que góticos tem por obrigação se vestir de preto, serem de alguma seita, ser bruxo/a, só ouvir música deprimida, viver em cemitérios, e coisas politicamente incorretas. Está tudo errado.
A verdade é que nós góticos somos diferentes por termos uma visão única do mundo e de nós mesmos. Nós somos pessoas intensas com uma mente disposta a encarar o que o mundo normalmente abomina. Podemos achar a cena mais triste como a mais bela, algo em ruínas é a mais pura arte, nós representamos pensamentos que as pessoas têm medo de expressar. Gostamos de imaginar, de criar, de arte, de viver em um mundo criado por nós, de roleplay....Não somos fixados na morte, apenas aceitamos que vai acontecer então nossa melancolia em nada tem a ver com depressão, e sim no fato de querer desfrutar cada momento da vida, seja a tristeza ou a felicidade, um gótico pode sentir ambos assim como todos, mas de uma forma única para cada um. Da mesma forma que gostar de cemitérios não é algo obrigatório para góticos, apesar de a maioria de nós gostarmos do local pela paz e tranquilidade do mesmo.
Sobre as roupas, o preto acabou se tornando o distintivo da subcultura porque gostamos de ter contraste em meio aos outros, mas não obrigatoriamente usamos apenas preto ou estamos sempre maquiados. Góticos tem uma vida lá fora, trabalhamos, estudamos, temos eventos sociais, sabemos que nossa expressão não é aceita em todos os cantos, e nessas horas temos de guardar nossos pensamentos para nós mesmos. O preto é apenas a forma como você se sente por dentro e como quer mostrar isso para o resto do mundo.
Ser gótico não é ser deprimido, odiar a vida, usar drogas, ser suicida em potencial, ser satanista, ser wiccan, ser homossexual, ser hétero, ser masoquista, nada disso. Ser gótico é ser você mesmo, diferente do seu jeito e sabendo que por mais que não pareça, existem muitas pessoas como você lá fora, se você não se achou na sua turma, tudo bem, procure outra e caso não, sinta-se feliz do seu jeito exatamente onde está.
Então não, meu caro conhecido, não sou um neo-gótico por variar meu vestuário, sou um gótico completo, você que me lê desde os primórdios do blog já deveria saber disso.
A todos vocês góticos e não-góticos, carpe noctem, e aguardem novas postagens.

domingo, 20 de outubro de 2013

In The Crowd



Chega aquele momento onde inevitavelmente você passa a enxergar tudo por outro ângulo, chega aquele momento onde o que fazia há um dia não tem mais sentido hoje, chega aquele momento onde a companhia de alguém que gostava tanto já não significa tanto, chega aquele momento onde conversas cheias de risadas, para você são enigmas que não o fazem esboçar qualquer reação. Quando foi que tudo ficou tão complicado assim?
Ontem acordei e peguei o celular pensando em chamar alguém para assistir filme/desabafar, e de todos os meus contatos, todos os 184, apenas cinco pessoas iriam fazer isso. Isso me deixou pensativo ao me lembrar de que faço parte de várias turmas, há os colegas de faculdade, há os amigos de fora, há os do trabalho, os que moram longe, os que nunca vi pessoalmente e os que um dia irei ver. Mas com quantos dele realmente posso contar?
É muito fácil julgar, todos nós fazemos isso, não adianta dizer que não porque você já fez isso e se não fez, irá fazer. É muito fácil observar os erros e mais difícil, os acertos. É muito fácil virar as costas e dar atenção ao que está dando certo que olhar para trás pensando no que há para se fazer. O fácil sempre é a primeira opção a ser escolhida.
Muitas vezes eu me sinto como um cara invisível na multidão, as pessoas não olham para mim, as pessoas esbarram em mim, as pessoas me julgam, as pessoas não ligam, as pessoas não se importam. Isso se aplica até mesmo nos círculos sociais, que a conversa acontece ao seu redor e você apenas para e observa. É interessante citar que quando você fica parado e passa a olhar atentamente, você percebe que as pessoas podem ser mais parecidas com você do que imagina.
Às vezes você pode ver alguém discutindo no celular e se decepcionando, pode ver uma alma carente passar a mão pelo canto dos olhos e em seguida sorrir como se nada aconteceu, um casal disfarçadamente soltar as mãos, um sorriso sumir após ler algo no smartphone, muito pode estar acontecendo ao seu redor se você se permitir observar.
Eu poderia estar lamentando profundamente meu estado atual de solidão involuntária, mas que bem isso faria? O mundo não vai parar e vir me dizer para levantar e seguir em frente. Uma amizade quebrada não vai se consertar magicamente, uma pessoa não vai parar de achar que você está errado se você não se impuser e nada se resolve por si só. Algumas vezes é necessário pegar a batuta do maestro e conduzir sua própria orquestra, pois em um mundo cheio de arrependimentos somente você tem o poder de mudá-lo.
Quanto a mim, eu estou me sentindo um pouco mais sábio hoje em relação à ontem, sei que não vou me sentir melhor por estar digitando aqui ou pensando em como as coisas poderiam ser diferentes, é hora de começar a agir e deixar os conceitos de lado.
E se nada mais der certo não tem problema, dá para se distrair bem juntando R$4000,00 para comprar um PS4.


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Amor Ou Algo Assim



Sabe aquele momento onde você sai de casa, a chuva caindo, friozinho de tarde úmido, fones de ouvido com uma música bem indie que faz pensar na vida, no que aconteceu até agora e no que vai acontecer no futuro? Com certeza você já passou por isso, se não passou vai passar.
Infelizmente no meu caso, eu passei um fio sobre meus relacionamentos passados e no que deu errado em cada um. O mal de quem namora ou fica, é achar que só porque você aprendeu muita coisa na teoria a mesma coisa vai acabar se aplicando na prática, só que não é assim tão simples. Você vai sim, fazer tudo diferente.
É quase certo que nós temos a mania de deixar os sentimentos passarem na frente da razão, e isso nos cega para muitas coisas.
Foi tipo meu namoro mais duradouro, ainda me lembro até hoje. Conhecemos-nos no dia 27 de outubro de 2007, e o Bernardo (nome fictício) era tudo o que eu queria ou achava que queria. Se você procurasse por Prince Charming no dicionário, teria a foto daquele cara de cabelos castanhos e olhos azuis chamado Bernardo.  Acho que o problema foi justamente esse, ele era tão perfeito que eu nunca questionei nada, nós nunca brigamos, nunca discutimos, sempre estivemos de acordo com tudo, nunca rolou nem um ciúme básico. Aí em março de 2009 ele chegou com a seguinte frase: “Eu fui visitar uma amiga e o primo dela estava lá, nos conhecemos em uma formatura, não sabia que eram primos....bom, resumidamente nós ficamos”.
Aquela frase me assombrou tanto que eu literalmente fiquei sem ar, me senti caindo em um abismo sem fim, e meu coração doía tanto que não consegui nem chorar na hora, só quando voltei para casa. E foi aí que eu me culpei, sim, de alguma maneira louca eu achava que a culpa havia sido minha, que eu não demonstrei o suficiente, que eu deveria ter estado mais presente, que talvez se eu tivesse saído com ele mais vezes isso não teria acontecido. Até tentei manter o namoro por mais algum tempo, até ele inevitavelmente terminar comigo.
Passei uns bons 6 meses no limbo, só saía sozinho, passava horas no quarto, não falava com ninguém, qualquer coisa me lembrava ele, e eu ainda tinha o prazer insano de me lembrar dele propositalmente.
Não sei exatamente qual foi o gatilho que me fez perceber quão patético eu estava sendo, mas pouco a pouco as peças foram se encaixando. Ele ia para muitas formaturas, ele nunca respondeu meus sms, ele me agradava tanto que eu não precisava perguntar nada a ele...de repente, ele não era mesmo um Prince Charming, era só um cara que sabia jogar bem, e eu sofri à toa.
Claro que na época eu não tinha tanta experiência como hoje, e ainda assim varia de pessoa para pessoa, é difícil manter a guarda erguida o tempo inteiro. Do Bernardo para o Samuel, do Samuel para o Eduardo, do Eduardo para recentemente, o Lisandro, as diferenças entre eles foram muitas, mas a semântica das ações, nem tanto.
Em algum ponto algo deu errado, em algum ponto um de nós acabou se culpando, um de nós botou um ponto final, um de nós perdeu a razão, etc e etc. Só que por sermos pessoas que vivem em sociedade, acabamos querendo tentar de novo e esperando resultados diferentes. Não digo que tudo vai dar errado, pode dar muito certo sim, da mesma forma que alguns de meus relacionamentos por mais curtos que foram, foram os melhores momentos que já tive ao lado de alguém.
Em resumo, é necessário haver alguma noção do que você faz, lembrar que antes de amar alguém, você deve começar por si mesmo, e estar pronto para enfrentar as batalhas necessárias em cada relação. Lembrando que a vitória deve ser mútua, ok?
Quanto a mim, nesse momento tenho consciência de que estarei sozinho por um bom tempo, parei de procurar alguém só para mim (citando uma frase repetida várias vezes em Chobits), não que isso seja ruim, pois me dá algumas perspectivas diferentes e novos ângulos para analisar.
E é claro, se eu estivesse em uma relação, eu teria ainda menos tempo para o meu PS3.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Anti-Herói



Essa semana depois de conquistar o posto de vilão honorário, uma pessoa que eu costumava conhecer me perguntou quando exatamente eu mudei ou se eu sempre fui assim, calculista e inconsequente, um contraste interessante da sombra de Alexis Tyrell. Ponderei essa questão, mas a resposta veio da boca de uma amiga, que me disse que eu sempre fui assim, mas em algum momento um gatilho me fez revelar minha verdadeira personalidade.
De repente tudo começou a fazer sentido quando comecei a comparar o meu antes e o meu agora.
No início da minha adolescência eu também fui blogueiro, mas na época era tudo muito diferente. Eu era o cúmulo do positivismo e da inocência, acreditava cegamente em finais felizes, que tinha um milhão de amigos, que era o melhor em tudo o que fazia, e até mesmo que no futuro eu seria alguém famoso e casado com o Chris Evans. Sim, eu era desses.
Aí após experiências de vida, decepções, algumas vitórias vazias e completas, e gerações de conhecidos indo e vindo, acabei me moldando no que sou hoje. Repetindo alguns posts passados, eu vivo dizendo que nós estamos em constante mudança, logo, o que eu pensava ontem, pode não valer hoje, assim como a minha mente hoje, pode não ser a mesma de amanhã.
Hoje em dia muita coisa mudou, certamente. Em algum ponto eu me tornei uma pessoa bastante introspectiva, escondendo minhas emoções sempre atrás de bons sorrisos, sarcasmo/ironia engatilhado, gargalhadas e gestos de carinho. Deixei de pensar sempre de maneira positiva, passei a ser mais realista em relação ao mundo lá fora e isso acabou me dividindo, me fazendo querer estar sempre dentro do meu próprio universo, fechando os olhos e tentando estar em qualquer lugar menos aqui. Passei a deixar implícito quando preciso estar sozinho, é quando levanto o capuz e coloco os fones de ouvido, ou quando subitamente paro de conversar e fico a observar. O Alexis de antes não é o mesmo de agora, não inteiramente.
A mesma amiga que me disse que sempre fui assim, tinha total razão. Por mais que eu tenha mudado tanto, uma coisa permaneceu sendo a mesma: a minha capacidade de ser assim, ácido e bastante frio em algumas situações, seja para sair por cima ou jogar a verdade sem pensar muito. Era uma habilidade que até pouco tempo eu escondia, mas hoje voltei a ser blogueiro e penso que é desnecessário medir palavras...pelo menos as mais importantes porque né, não sou obrigado.
Em resumo, sim, sempre fui essa peça que pode ser irritante com seu jeito misterioso de agir, mas também posso ser uma pessoa fácil de lidar se souber ler nas entrelinhas. E apesar de não ser o mesmo Alexis Tyrell em sua adolescência, ainda tenho o sonho não tão secreto de fugir e casar com o Colin O’Donoghue com o visual de Killian Jones em Once Upon a Time.
Afinal, ninguém é de ferro.



terça-feira, 8 de outubro de 2013

Hipocrisia? Imagina!



Eu tenho certa noção de que posso não ser o tipo mais legal de pessoa para se lidar. Na verdade, admiro muito as pessoas que sabem reconhecer seus erros abertamente, isso é algo que eu tenho muita dificuldade em fazer. Sério, eu posso estar errado o quanto for, mas eu só irei admitir para mim mesmo por uma questão de orgulho. Só que no final ainda vou continuar tendo noção de que sou errado, difícil e com falhas, muitas falhas.
Resolvi abrir o post com essa observação para entrar em outro território conhecido por muitos de nós. Essa zona possui muitos nomes, para cada pessoa é uma coisa diferente ou muitas ao mesmo tempo...falsidade, falso-moralismo, egocentrismo, etc. Vou chamar pelo nome que abrange todos os outros: hipocrisia.
Acho interessante e até risível o modo como algumas vezes insistimos em dizer que estamos certos em nossos pontos de vista, que são deveras deturpados em certas ocasiões. Citando um exemplo pessoal, ainda há poucos dias atrás um conhecido meu cansou de me julgar porque fiquei com alguém no meio da rua acompanhado de um amigo. Ok, minha culpa ter bebido demais e ter aprontado, mas esse mesmo conhecido beijou três pessoas na mesma noite, fez um proibido para menores em uma delas na frente de conhecidos e desconhecidos, e na noite seguinte ficou com alguém que jurou de pés juntos que não ficaria nunca. Pela lógica, eu teria muitos Ace of Spades para usar contra ele, certo?
Outro exemplo: discuti com um amigo a respeito de algo muito pessoal, mas que havia se repetido pela segunda vez e errei pela segunda vez com ele. Mas esse mesmo amigo possui o incrível dom de achar que o ponto de vista dele se sobressai em relação aos outros, onde é ok apontar e apontar, mas ele se recusa a aceitar que esse é um direito mútuo. Ele pode até dizer que também errou só que nunca vai apontar os erros, é uma frase superficial, uma tentativa de ter menos culpa, de ser menos errado, não sei, mas é um ponto importante.
Ou seja, se você vai julgar alguém esteja pronto para saber que também será julgado. Eu sinceramente não sei se acho cômica demais essa mania universal de apontar dedos e se achar dono de razão, ou lamentável ao extremo. Não sei quem escreveu o livro de regras onde está escrito que tudo bem você fazer algo, desde que mais ninguém faça ou estará automaticamente errado para todos, menos para você.
Eu estaria mentindo se dissesse que sou um ícone de valores certos, sou tão culpado quanto qualquer um. Em algum ponto da vida você vai pisar em falso, mas você também terá a chance de fazer a coisa certa e mudar. O triste é saber que existem pessoas que mesmo sabendo quão falsas são em seus valores, ainda assim persistem ao tocar sempre a mesma nota em seus pianos. O que resta é ao menos tentar seguir em frente consertando aos poucos o que quebrou com suas palavras ou ações, ou morrer tentando. No final, prefiro acreditar que segundas chances existem para quem souber abrir os olhos enquanto ainda é tempo.
Pode ser fácil ou difícil, só depende de sua força de vontade, a minha existe. E quanto a sua?

domingo, 6 de outubro de 2013

House Parties



Se eu fizer uma recapitulação das duas últimas noites, vou obter resultados inesperados. Começando pela sexta, tinha tudo para ser algo que eu faço todas as semanas. Reunir um grupinho, chegar ao bar, beber, dançar músicas antigas, rir de tudo e ficar por isso mesmo. Acabou acontecendo o oposto.
Nos reunimos na casa de um cara, com pessoas que eu conhecia e outras não, mas os dramas me eram familiares. Incrível como no final das contas, tudo acaba voltando como um bumerangue de emoções e conflitos internos. E não só de minha parte, mas ao meu redor se nota isso. Há uma falsa felicidade mascarada pelo álcool, mas nos olhos a tristeza é constante. Há a verdade que sai em meio a palavras embriagadas que nos dão o que pensar. Há aquele que se fecha em uma falsa segurança e acaba sendo o palhaço da noite. Eu? Eu fiz o meu modus operandi de sempre. Comecei bebendo e rindo, mas em algum momento que nunca sei qual o gatilho, eu começo a pensar...começo a imaginar...começo a perceber, e fico mal.
Geralmente é nessas horas que eu ilustro a imagem caricata que possuem de mim, sim, eu viro o cara que coloca o capuz sobre a cabeça, olha para trás e em seguida sai caminhando para ir embora e “Don’t Tell Me” da Avril Lavigne ecoando em meus ouvidos.
Ontem não foi exceção, exceto talvez de ter sido a noite mais inesperada de todas.
Novamente citando a questão da expectativa, dessa vez ela acabou sendo vencida naturalmente. Era para ter sido apenas uma noite comum, com videogames, cappuccinos e risadas. Por conta peças mal encaixadas, se tornou uma pequena festa com muita bebida, e pessoas que até então não conhecia, mas que me foram apresentadas e logo a mesa de nove pessoas se tornou uma de quinze, e depois, ainda mais.
Foi nesse momento que me senti um personagem de contos de fadas, uma espécie de Cinderella na reversal russa. Eu havia criado o baile, mas me senti como a única peça que não se encaixava ali. Talvez por ter visto ângulos que não queria, talvez por ter visto ângulos que gostei de ter visto, talvez por ter-me faltado palavras quando precisei, talvez por ter falado quando não deveria....talvez, talvez, talvez.
A parte engraçada da noite foi ter descoberto novamente algo que eu já tinha certeza, mas precisava de uma afirmação, e é quando você percebe que às vezes o melhor a ser feito é se afastar. Lembro que uma amiga que está me ajudando bastante sem fazer muito havia me dito que é necessário se abstrair e manter a calma, coisa que não ando processando tão bem assim ultimamente. Minha transparência se tornou algo tão perceptível que um olhar já diz que Alexis Tyrell tem algo de errado, o que quebra um pouco a barreira que havia colocado para disfarçar a causa, isso e algumas decepções que preciso exorcizar para fora da minha vida, que novamente me assombraram ontem.
Apesar de tudo não foi uma noite perdida. Conheci outros mundos, conheci outras pessoas, ouvi a voz da experiência, vi uma pessoa que eu queria ver a algum tempo e tem me feito sorrir, abracei outras que gosto de conversar, por mais triviais que sejam os tópicos...não foi uma noite perdida, apenas estranha, inesperada, cheia de consequências(boas e ruins) e um tanto fora de controle.
No final das contas, meu único arrependimento foi não ter sorrido tanto olharam para mim. Acho que preciso voltar a aprender a sorrir espontaneamente, afinal. 

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Outros Ângulos



Noite passada, vários posts meus acabaram se misturando, o que foi incrível, depressivo, feliz e agonizante, tudo ao mesmo tempo em um turbilhão de pensamentos e emoções novas, e algumas bem antigas até. Quem leu o post “Uma Noite”, viu que eu estava sob efeito de bebida, e assim passei a enxergar muitos ângulos diferentes de situações do momento, algumas passadas, inclusive. Mas ontem aconteceu o inverso, consegui vários ângulos diferentes apenas por observar ou imaginar.
É interessante saber que às vezes você pode ter tudo ao seu alcance, mas não pode realmente alcançar nada. Confuso? Um pouco, mas me senti assim ontem. Por exemplo, tudo começou com um planejamento simples, com pessoas legais e um programa típico de feriado, um cinema com um filme divertido. No final, a fila estava enorme, desistimos na hora e fomos para um rodízio, em uma pizzaria que fomos super mal atendidos.
Foi quando a noite começou a mudar, em meio a nossa conversa sobre religião, espiritismo, dogmas e variados, pude perceber que cada pessoa possui um ponto de vista diferente e alguns deles acabam se completando. Eu me abstraí da conversa porque há momentos onde acho que observar acaba sendo melhor do que participar, até porque religião não é bem um assunto que eu goste, cada um tem a sua e eu respeito todas, mas a partir do momento em que tentarem se sobressair com isso, vou ficar deveras entediado.
Nesse meio tempo, de alguma forma eu não estava ali. Sabe quando você começa a olhar para os lados e passa a imaginar estar em outro canto? Passando a imaginar como é a vida das pessoas ao seu redor? Você se sente em outro lugar, em outro mundo, outro universo....tudo bem, digamos assim, diferente de um modo como você se sentisse em um quebra cabeça onde você é a peça que não se encaixa? Pois é. E eu não estava bêbado, foi apenas uma série de insights.
Depois desse episódio, fomos para a estrada de ferro, onde vejam só, encontramos muitas pessoas conhecidas em meio a músicas que todos gostam. Acho que o erro foi justamente o excesso de pessoas conhecidas ali.
Novamente citando o post “Uma Noite” e juntando-o com “Like A Movie”, eu parecia estar em meio a um episódio da minha vida. Olhava ao meu redor e conhecia várias histórias dos meus amigos e conhecidos, o passado, o presente, até mesmo alguns futuros. Mas quando percebi que algumas dessas histórias se entrelaçavam comigo, eu me dei conta do quão vazio era a minha história ali. Isso me lembrou da citação sobre o oceano de pessoas, onde você nada nos mares de todas elas, mas nenhuma delas sabe como é o seu oceano, o que você esconde, o que você teme, o que você quer...nada disso.
Foi quando fiquei irritado.
Veja bem, é tão ruim assim você querer estar ali, aproveitando o momento sozinho ou acompanhado, mas em cada boca, você está chateado por um motivo diferente. Alguém acha que é por culpa dele ou dela, outro pensou que foi por algo que aconteceu, outro por algo que não aconteceu, outro fica desconfortável pelo seu jeito, outro tenta te entender, outro sai de perto e vai embora....e o engraçado foi que muitos me perguntaram o que havia de errado, mas não perguntaram o óbvio “Quer desabafar?”, mas não os culpo por isso.
No final das contas, acabei preferindo ficar me divertindo do meu jeito, curtindo a música ao vivo, cantando quando conhecia a letra, saber que os meus amigos estavam ali também ajudou, mesmo que pouco a pouco fossem embora. E a noite na minha cabeça acabou terminando como um episódio da série da minha vida...a câmera se afastando em visão panorâmica e “Pink and Black” de Tyler Hilton tocando  ao fundo.
De todo esse episódio só pude ter uma conclusão: às vezes é muito melhor quando as coisas simplesmente acontecem e você observa de longe. Na sua cabeça, faz mais sentido assim.
Quem sabe outro dia você não sinta vontade de puxar alguém para o canto e perguntar se ele/ela quer ouvir o que tem a dizer. 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Expectativa - Como Lidar?



As experiências de vida são algo deveras interessante, em alguns dias você tem tudo, em outros você não tem nada, e na maior parte do tempo tem de lutar por cada pequeno direito...isso todos os dias, sem exceção.
Eu me pego reclamando das expectativas várias e várias vezes, inclusive quem lê meu blog sabe bem o quanto bato nessa tecla. Mas é meio inevitável não começar a fazer algo já almejando como você espera que termine, e isso vale para qualquer coisa. Seja por aquela série nova que estreou, uma paquera que está começando, os amigos que você vai encontrar, o programa que está tentando marcar em turma, o CD de sua banda favorita que lançou recentemente, a expectativa nasce em tudo isso.
Mas se esse for o caso, como lidar com a expectativa que você já sabe que quase nunca está certa? Bom, vou explicar como eu faço para lidar com isso e com qualquer outro problema.
Eu simplesmente tento não pensar.
Parece uma saída dos covardes, claro, afinal uma hora ou outra você vai ser obrigado a aceitar ou resolver o que tiver à sua frente. Mas é aí que entra uma parte importante que poucas pessoas se lembram: na maior parte do tempo, resolver algo no calor do momento pode ser catastrófico.
Em uma discussão, você provavelmente vai dizer o que não quer, em um momento de decepção, vai deixar transparecer o quanto está acabado, em um fim de qualquer coisa, a coisa mais difícil será estufar o peito e virar as costas.
Então não pense, nem faça, deixe tudo para quando tiver condições, irá economizar muito e talvez saia com a dignidade intacta. Algumas vezes não será possível deixar para depois, talvez por uma questão de orgulho, talvez por querer acabar logo com o sofrimento, ou talvez apenas pela vontade de estourar ali mesmo. Já estive em todos esses cenários.
Parafraseando várias pessoas que já disseram algo parecido, eu digo que às vezes o melhor é deixar a vida te surpreender, pelo sim, pelo não, algo irá acontecer. E sempre será assim, algo contínuo.
Lembro uma vez onde preparei todo um cenário para ter o namoro perfeito. Dava presentes, marcava encontros, ria das piadas sem graça dele...enfim, era o namorado que todo cara digno deveria ter. Maaaaaas, era algo unilateral, foram poucas as vezes que ele demonstrou gostar das coisas, ele nunca realmente fez nada legal por mim, criticava tudo o que eu fazia, além de arrumar motivos torpes para discussões.
E eu levava na boa por causa da expectativa, achava que tudo ia dar certo forçando tudo a ser do jeito que eu queria. Viram aí o meu erro mór? No final das contas eu cansei, o mandei virar hétero pegador da zona leste, descarreguei alguns meses de xingamentos que arrepiariam Dercy Gonçavels, e coisas assim. O bom é que saí dessa a pessoa mais calma do mundo, sério, hoje em dia a coisa mais difícil é me ver gritar com alguém ou socar sem motivo. Foi algo que aprendi nessa experiência, nessa expectativa, e nesse término.
Então para concluir, continue a viver sem pensar muito, apenas aproveite o que você tem e conquiste o que quer ter, mas na calma, sem forçar a situação, e sem pensar que o boy com visual do Neymar vai virar o Chris Hemsworth com a sua ajudinha.
Sério, não estamos ainda no nível de fazer milagres.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Os Vários Eus De Mim



Vamos contar inicialmente o óbvio: quando você está dirigindo sozinho somente na companhia da chuva lá fora, observando a paisagem parada através do vidro molhado, e acima de tudo isso, ouvindo as músicas mais depressivas na ordem (Boulevard Of Broken Dreams, Castle Of Glass, The Sore Feet Song, Numb, e por aí vai), e daí você começa a pensar na vida....ok, tem como não entrar na bad e começar a filosofar até mesmo no motivo por você estar respirando?
Então, eu estava assim até uma meia hora atrás. O tópico do dia foi os vários Alexis Tyrell que o pessoal conhece.
Achei engraçado que hoje me definiram algumas vezes e eu fiquei tipo, espantado. Uma garota que conheci recentemente e é bem bacana me disse que eu sou extremamente comunicativo, e que me jogo de cabeça nas conversas. Um cara do meu trabalho falou que eu sou louco pelos meus gostos, ok, quase ninguém é tão sonhador, ocarinista, metaleiro from hell e pseudo-gótico, mas vamos lá. Uma conhecida falou que eu sou muito festeiro, ainda que eu só vá para festas onde saiba que terei companhia, da mesma forma que um amigo me disse que sou muito fechado e calado, muito na minha, muito se dane o mundo, eu tenho o meu próprio.
Daí eu me peguei pensando no seguinte....e se na verdade eu me moldei para cada uma dessas pessoas? Como é o Alexis Tyrell de verdade?
Quando passei a cantar as músicas no meu carro, eu relembrei das várias fases da vida em que eu passei...na minha adolescência, eu era um cara que queria ser o rebelde incompreendido, sempre diferente de todo mundo, carreguei um pouco disso até hoje, vide novamente os meus gostos peculiares. Houve também a fase onde eu achava que estava sozinho no mundo, então passei a ser melancólico em tempo integral, incapaz de acreditar nas pessoas, então passei a me fechar em uma concha...também carrego isso de vez em quando, quando me vir com fones de ouvido, já sabe que quero paz para pensar. Lembro que também já fui um otaku de carteirinha, sempre assistindo animes e lendo mil mangás, fazendo cosplay nos eventos, até entrei no Kumon para aprender um básico de japonês, mas como foi fase, tudo isso foi embora, exceto talvez o gosto pela cultura oriental e o sonho de visitar Tóquio um dia.
Ah, e como esquecer a fase que dura hoje? A de individualista pseudo-gótico convicto que ama se vestir de preto não para deprimir, e sim para lembrar que preto ou caveiras ao contrário do que a sociedade pensa, preto é uma cor que significa mudança e caveiras representam a todos, um lembrete de que por baixo de tudo isso, todos somos esqueletos? Um beijo para o recalque e preconceituosos aí, just saying.
No final, cheguei à conclusão (sim, fui redundante e sei disso) de que sou tudo isso que citei e mais um pouco. Parafraseando um post antigo do blog e meu próprio perfil ali do lado, esse negócio de “ai, sou sincero, honesto, amigão” e esse blá blá blá todo não define ninguém, todos são diferentes sim, mas também somos uma metamorfose constante, nas experiências que passamos e nas fases difíceis (quem jogou Cat Mario sabe muito bem do que falo), nós temos de aprender a nos virar e sermos o Alexis que o momento está pedindo. Não digo que meus sentimentos são fechados, caso contrário nunca teria gostado de ter tantas pessoas por perto, falo apenas em uma questão de comportamento, tanto para você quanto para quem está ao seu redor.
Para concluir, (olha a redundância aí de novo) eu sou gótico, rebelde, punk, metaleiro, popeiro, antisocial, social até demais, detesto salgados, mas vivo comendo, odeio moda, mas amo combinar minhas roupas, não aturo uma pessoa, mas gosto de coexistir com ela....ok, nem eu entendi bem onde quis chegar....ah, entendi sim.  Eu sou tudo isso e mais um pouco, porque? Porque eu sou humano, e todos vocês também.

sábado, 28 de setembro de 2013

Uma Noite



Era uma noite como outra qualquer. Lá estava eu naquele santuário onde vi tantos rostos conhecidos, outros nem tanto. E mais uma vez me veio àquela sensação que eu não consigo negar ou esconder, o mal de toda relação, o epítome de todos os sentimentos: a expectativa.
Começou como seria toda reunião pós-acadêmica em uma sexta feira, solstício de....não importa. Foi algo divertido, não é? Nossas músicas tocando, pessoas próximas a mim na mesa, pessoas que conheci e conversei poucas vezes nas proximidades, olhares insinuantes, olhares de desprezo, olhares interessados, tudo isso acontecia com frequência. A chegada de alguns amigos novos, conversas descompromissadas com pessoas que eu via diariamente, mas não sabia os nomes, tudo isso em meio a copos e mais copos de bebida alcoólica que logo nos deixaram inebriados.
Mas foi aí que veio a maldita expectativa, naquele momento em que a sua mente está tão leve e você passa a enxergar tudo por ângulos que não queria. Mas estou divagando, antes de começar a pensar, você passa a observar melhor o que acontece ao seu redor.
Você passa a enxergar as agonias que as outras pessoas passam, passa a fazer amizades inesperadas, as danças passam a ser sem medo de ser julgado, as palavras surgem a cada instante e a verdade começa a aparecer da boca de todos, afinal, álcool é melhor soro da verdade que existe. E logo você se pergunta quando foi que tudo começou a mudar.
E agora sim, é quando entra a expectativa e os seus pensamentos.
Chega aquele momento em que você se pergunta o que fez de errado, porque não deu certo, o que poderia mudar...fica imaginando como teriam sido as coisas se tivesse tomado a outra decisão, ou se os eventos fossem diferentes dos que aconteceram ali, naquele momento. Infelizmente nessas horas a verdade também costuma aparecer, e você se dá conta do quão solitário pode estar mesmo entre outras pessoas. E é aí que seu rosto fica molhado e não de suor, mas de lágrimas silenciosas que começaram a escorrer.
É quando você se lembra de tudo o que deu errado em sua vida e ninguém se importou, justamente por conta do seu orgulho e da expectativa criada em torno disso. A pergunta acaba ecoando na cabeça sem parar: Do que adianta ser o cara mais forte do mundo e com um sorriso a todo instante, se por dentro você está gritando sem parar esperando que alguém note?
É como estar caminhando enquanto todo o mundo ao seu redor anda em fast motion, como um clipe antigo que assisti, “Vermilion” da banda Slipknot, exatamente daquele jeito. Você está ali, mas parece não estar e isso é terrível. De repente nada parece fazer sentido, de repente você deixa de ser o cara sorridente para ser o cara que deixou a inveja sair, ou o que deixou de ser completo. Naquele momento você é apenas ele, o cara que queria se encaixar e ser notado pelo o que é, e não pelo o que demonstra ser.
Você pula de um abismo interminável e depois escala de volta do seu jeito. É sempre assim, mas a cada vez você sai um pouco diferente, a única certeza é essa.
As outras virão após os próximos copos.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Like A Movie



Acho engraçado quando as pessoas falam o quanto suas vidas estão paradas e nada acontece, é algo que vemos todos os dias em todos os cantos. Mas os motivos são tão supérfluos que a conotação é inexistente. Na maior parte do tempo é simplesmente relacionado ao tédio, que por sua vez é algo fácil de livrar. Considero o tédio um amigo próximo da preguiça, a incapacidade de se levantar e procurar algo que fazer, sério, é mais fácil do que se pensa.
Por outro lado, este que vos fala pensa que a vida é exatamente como uma série, um drama constante que acontece em cada canto.
Às vezes é uma batalha acordar e recapitular os eventos do dia anterior já sabendo o que vai acontecer ao sair de casa, às vezes é inesperado e você não tem noção do que o espera ao atender ao telefone ou logar no Facebook. Claro que é diferente para cada um, desnecessário citar os motivos, acho que todos já sabem o que é individualidade. No meu caso, que sou um sonhador por natureza, que tenho uma trilha sonora para cada situação, e felizmente(ou infelizmente, vai de como quiser interpretar), conheço pessoas de todos os tipos.
Minha vida é mesmo como uma série, mas de quem não é? Em dias de chuva quero apenas ouvir canções calmas com violão e letras profundas, quando estou triste quero músicas tristes, quando estou com indiferente e quero me fechar do mundo, vai ser metal ou celta, um mundo de possibilidades.
Já me peguei discutindo com alguém e internamente estar ouvindo uma música para aquele momento, bem quando vi mensagens tristes em meio a conversas no celular. Já me peguei parando de andar apenas para observar a paisagem e pensar na vida. Já me peguei me sentando em um banco e colocando fones de ouvido e imaginando como teria sido se eu tivesse escolhido a opção B.
Repito: quem nunca pensou nisso?
Ok, eu estaria sendo injusto em generalizar assim. Nem todo mundo é tão daydreamer como eu. Sei que realidade é um fato e temos que conviver com isso, mas vale a pena fugir um pouquinho e tentar usar a imaginação. Não é certo viver sonhando, tampouco focado na realidade, o meio termo deve ser alcançado e é mais fácil do que parece. Então pessoas insatisfeitas com suas vidas, lembre-se que excessos são ruins, seja de agito ou de tédio, arrumem algo para fazer e garanto que isso não dói. A vida pode ser interessante por demais se você fizer por onde, e será exatamente como um filme ou uma série.
Bom, e como todo final de episódio, vou encerrar postando a música escolhida para o fim desse dia e do episódio de hoje.


“E então após digitar, Alexis Tyrell se levanta com a sugestão de um sorriso nos lábios, caminhando até o pufe azulado em seu quarto, observando o céu parcialmente escuro pela vidraça de seu quarto. Um suspiro longo escapou de seus lábios, deixando a testa encostada no vidro, ele fechou os olhos enquanto a câmera se afastava da porta. Deixando-o ali: imaginando...sentindo...duvidando....”

domingo, 22 de setembro de 2013

Surpresas



Eu havia dito que não escreveria nada até amanhã, mas é meio difícil não pensar no que dizer quando milhares de coisas acontecem ao mesmo tempo. É incrível o modo que a vida encontra de lembrar que ela pode ser agitada mesmo quando você jura que nada acontece, acontece sim, você só não percebe.
Então você olhada para o seu perfil do Facebook e vê 9 amigos ali no canto e começa a pensar....cara, quando foi que as coisas mudaram tanto? Alguns deles conheci há anos e se tornaram distantes, outros conheci a meses, e já são parte importante de mim. Um deles me fez feliz por tempo, hoje me dá muita dor de cabeça, outro era quase um irmão, se tornou um estranho, há aquela que mesmo com a mesma idade, tem mais sabedoria do que já tive, aquele que por mais que eu seja insuportável, não saiu do meu lado...em nove pessoas, eu já tive muitas crônicas a traçar.
E não vamos esquecer sobre a noite passada, quando após tudo terminar, uma agradável surpresa veio em uma ligação no celular, com meu irritante toque do tema de Monkey Island ecoando no quarto enquanto vestia o pijama. No final das contas, certo cara que conheci na boate se tornou um grande amigo, confidente e com dramas parecidos com os meus, um perfeito BFF.
Daí isso tudo me fez pensar que eu estava certo sobre como a vida é feita em momentos, como o para sempre é mais curto do que pensamos, e como tudo muda de uma hora para outra. São surpresas assim que deixam tudo mais divertido ou trágico, depende muito do seu humor, da sua mente e da sua capacidade de aceitação.
Se bem que para certas coisas vale a pena lutar um pouquinho, se não para ganhar, pelo menos para dizer que tentou. Às vezes os resultados podem ser satisfatórios para o seu ego. O meu anda me agradecendo bastante em relação às minhas escolhas.
Uma nota rápida esse breve post: quero dizer que apesar do blog ter sido feito para compartilhar minha visão e insights sobre as coisas, não deixa de ser um diário pessoal, então de vez em quando vou querer dividir esse tipo de acontecimento, é inevitável, tem coisas que soam ainda melhores quando você repassa tudo e passa a enxergar melhor o que passou e o que está bem na sua frente.
 Concluindo, eu acho que não tenho do que reclamar, apesar de nada estar exatamente nos eixos, eu me sinto bem no meio desse caos. Para um cara que sempre reclamava que não havia nada para fazer, a vida está lá fora acontecendo e eu estou gostando de nunca faltar nada aqui.
É exatamente como uma série da HBO ou CW, mas isso é assunto para outro post. 

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Gerações



Durante essa última semana acho que todos repararam que as postagens foram um tanto obscuras, pesadas, depressivas, para baixo mesmo. E foram exatamente assim porque eu estava na bad, desmotivado, sem objetivos em longo prazo, e com uma vontade enorme de sair para o meio da rua e gritar até conseguir ser um contratenor.
Falei bastante sobre crescer, sobre mudar, sobre analisar, sobre a vida de forma geral, e até um tanto vaga. Ainda a pouco, uma pessoa próxima me disse algumas coisas que me deixaram rindo internamente, mas ao mesmo tempo, em um conflito que me fez pensar novamente sobre crescer, me dando um tópico novo: o conflito de gerações.
Não podemos negar que os pais são uma parte importante de nossas vidas e é imperativo que ouçamos os seus conselhos. Mas também é preciso relembrar que o que funcionava para eles, algumas vezes não funciona conosco. Digo isso porque apesar de precisarmos de guias para a educação, para o certo e errado, tem coisas que acabamos tendo de aprender por conta própria, e acho sinceramente que o maior erro de alguns pais é achar que os filhos nunca estão prontos, e que sempre serão eternas crianças.
Só porque assistimos desenhos, não quer dizer que ainda estamos no ensino fundamental. Só porque jogamos videogames, não significa que não alcançamos a maioridade. Só porque gostamos de brincar e nos divertir, não significa que não precisamos fazer faculdade e trabalhar. Só porque deixamos de contar coisas pessoais a vocês, não significa que estejamos nos distanciando.
A verdade é que em algum momento temos de começar a experimentar tudo por nós mesmos, como eu falei em um post anterior, nós mudamos e crescemos todos os dias. Para vocês, sempre seremos seus filhos, as crianças que sempre serão crianças, mas não é bem assim.
Em algum momento vamos sair da crisálida, uns mais cedo que os outros, e mesmo que não pareça, nós estamos bem além do tempo.
Cada geração de pais e filhos tem costumes diferentes, e o que parecia tão errado antes hoje é algo completamente normal. Nunca se prendam a nada, nem achem que o mundo se resume ao que você acha que é bom, não é assim que as coisas funcionam. Eu tenho certeza de que você, pai ou mãe que usa roupas formais e cursou medicina, no fundo, no fundo, sabe que está errado/a pensar que seu filho ou filha que estuda Jornalismo, deve se vestir de Armani para uma festa de crianças. E você que acha que porque batalhou tanto para trabalhar, não deve achar que porque é fácil trabalharmos em coisas que gostamos, que não vamos dar valor ao que conquistamos do nosso jeito.
Cada geração pensa diferente, e sempre será assim. Penso que ao invés de recriminar tanto, deveria haver certa compreensão em cada idéia, pensamento ou atitude. Pode haver concordâncias, pode haver desavenças, mas é como eu sempre digo e sempre vou dizer: é assim que as coisas são.
Agora com licença, preciso jogar Tekken, acabar com uns jogadores coreanos, me vestir bem punk, depois ir para a faculdade fazer prova, apresentar trabalhos, e depois, beber com os amigos maiores de idade.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Mudanças



Quando era mais novo, achava que por morar todo mundo na mesma cidade todos se conheciam. Quando tinha uns doze anos, ainda estava acreditando em Papai Noel. Antes disso, pensava que um dia ia ter algum super poder. Pactos de amizade eterna? Eram constantes! Festas de pijama com os caras comendo pizza, vendo filmes de terror e videogames? Nossa, obrigação de todos os fins de semana.
Mas aí eu cresci.
Aprendi que às vezes você não conhece nem mesmo quem está ao seu lado, que para sempre não é tanto tempo assim, que o que funcionava quando era criança, não funciona agora aos vinte e quatro, que nem sempre algo que o deixava feliz antes, irá deixá-lo feliz agora. Quando crescemos, tudo ao seu redor permanece o mesmo, o que muda é você e como você passa a enxergar o mundo.
As coisas mudam o tempo inteiro, isso é inevitável, isso é destrutivo, isso é um recomeço.
Eu notei várias vezes que a pessoa que se olhou no espelho de manhã não é a mesma que vai sair do quarto e começar o dia lá fora. As mudanças podem acontecer a qualquer momento...em uma ligação, em uma frase, em uma atitude, em um imprevisto, em qualquer situação. E isso pode ser muito desgastante dependendo do seu humor, do psicológico, do físico...de você.
Hoje o Alexis que acordou sorrindo pode ser o Alexis que volta para casa de cabeça baixa antes de dormir, da mesma forma que o Alexis que acordou deprimido pode voltar sorrindo. Isso tudo, as mudanças de humor, as mudanças de atitude, tudo isso está relacionado a crescer, sabia?
É inevitável que coisas boas e ruins aconteçam, a única certeza é que cada um encara essas mudanças de formas diferentes. Podemos ser maduros, podemos ser infantis, podemos querer jogar, podemos ignorar, podemos viver, podemos morrer. Não há para onde correr, apenas abrace as mudanças e mantenha o seu forte como puder.
Há um certo senso de nostalgia apesar de tudo, eu me pego pensando bastante no passado, quando tudo era mais fácil, nada era complicado a ponto de me deixar para baixo, e não precisava enfrentar o mundo, tampouco lutar pela minha vida sempre que acordo. Não precisava de armaduras, escudos e máscaras para saber como agir. Tudo era mais simples, tudo era sem expectativas, e principalmente, sem a dura realidade.
Sim, a vida é muito diferente agora, vinte e quatro não são mais doze anos, que já não eram sete anos, tudo foi mudando e eu fui mudando. Nenhum dia é igual ao outro, nada é constante.
Ainda sinto falta dos torneios de videogame, dos filmes de terror e dos amigos sem nada na cabeça, mas sinto mais falta ainda da minha total falta de noção daquela época. A ignorância é mesmo uma bênção.
Pelo menos enquanto ainda se acredita em Papai Noel.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

All You Wanted



Como vou iniciar isso? Bom, eu meio que tentei postar o vídeo dela em uma postagem passada, mas não consegui, então vamos lá. Essa música significa muito para mim e de várias formas possíveis....ela me acompanha desde que eu tinha 14 anos...ou seja, já fazem dez anos desde que ouvi pela primeira vez, desde então todos os meus momentos tristes, melancólicos e desesperados, se resumem a essa música.

Já havia ouvido falar de Michelle Branch antes, mas de todas as suas músicas, essa é a que mais tem a ver comigo. É incrível o modo como a letra define tanto os meus momentos errados em relação às pessoas e como elas acabam deixando passar muitas de minhas agonias, falando de forma bem crua. O videoclipe de “All You Wanted” também esboça muito bem muito de mim, Alexis Tyrell. Quem souber interpretá-lo além da imagem, vai perceber que não é apenas querer ser ouvido, mas se importar com as palavras, os sentimentos, e a imagem que se vê.
Escuto essa música sempre que preciso ficar sozinho, sempre que preciso colocar os meus pensamentos em ordem, e o mais importante....sempre que preciso chorar. Sim, choro todas as vezes que escuto essa música, pois minha relação com ela me permite fazer algo que não costumo fazer na frente das pessoas, que seria mostrar que também tenho um coração, que não sou só o cara que precisa sorrir o tempo inteiro, algumas vezes é difícil demais manter um sorriso nos lábios quando tudo o que quer, é gritar e chorar. Ou desabar ali e contar a todos o que se passa.
Mas aí entra também o orgulho...mas é um assunto para outra postagem, também relacionada ao tema.
Segue abaixo o clipe e a letra traduzida por mim:


Michelle Branch - Tudo Que Você Queria


Eu queria ser como você
Eu queria tudo
Então eu tentei ser como você
E acabei ficando mal

Eu não sabia que era tão frio e
você precisava de alguém
Para mostrar o caminho a você
Então eu peguei em sua mão e acabamos entendendo
Que quando a maré viesse
Eu o levaria para longe

Se você quiser
Eu posso te salvar
Eu posso te levar embora daqui
Tão solitário por dentro
Tão ocupado por fora
E tudo que você queria
Era alguém que se importasse

Estou afundando devagar
Então rápido, me segure
Sua mão é tudo o que me mantém lutando
Por favor, você pode me dizer
Então eu finalmente posso ver
Onde você vai quando vai embora

Se você quiser
Eu posso te salvar
Eu posso te levar embora daqui
Tão solitário por dentro
Tão ocupado por fora
E tudo que você queria
Era alguém que se importasse

Tudo o que você queria era alguém que se importasse
Se precisar de mim, sabe que estarei lá para você
Oh, yeah

Se você quiser
Eu posso te salvar
Eu posso te levar embora daqui
Tão solitário por dentro
Tão ocupado por fora
E tudo que você queria
Era alguém que se importasse

Se você quiser
Eu posso te salvar
Eu posso te levar embora daqui
Tão solitário por dentro
Tão ocupado por fora
E tudo que você queria
Era alguém que se importasse

Por favor, você pode me dizer
Então eu finalmente posso ver
Onde você vai quando vai embora...

Ontem, Hoje e Amanhã



A vida é engraçada mesmo, não é? Em um dia você tem tudo planejado, faz boas ações, pensa que vai se dar bem, que tudo está bem....aí você leva uma rasteira, caí no fundo do poço, é pisoteado na lama, e seu mundo perfeito cai de cabeça para baixo.
Expectativas são ruins, boas ações não são passaportes para satisfação geral, planejamentos podem dar errado, controle nem sempre é absoluto, tudo tem lá suas variáveis, já dizia Alexis Tyrell em suas desventuras. O que parece ser certo acaba sendo extremamente errado, e nessa hora entram as famosas leis que sempre acabam com nossas vidas, vide Leis de Murphy e Terceira lei de Newton.
O que acontece geralmente quando você fica na pior? Fácil.
Você começa a cometer os piores tipos de erros, que são questionar a si mesmo. Sempre vêm à cabeça aquelas questões que assombram tanta gente: O que fiz de errado? Qual o problema comigo? Porque não sou bom para ele/ela? O que devo mudar para as pessoas gostarem de mim? Bom, se tem algo que aprendi recentemente, é que nenhuma dessas perguntas deve ser levada em consideração por um simples fato, o tal amor próprio.
É algo complicado na prática, mas pouco a pouco costuma trazer alguma satisfação quando você começa a perceber que há mais ao seu redor do que os olhos podem ver. Às vezes o cara dos seus sonhos não precisa ser aquele que você escolheu, às vezes o seu melhor amigo não precisa ser quem tem tudo a ver com você, às vezes algo que você não gosta acaba sendo legal quando começa a experimentar, às vezes, às vezes, às vezes....
Decepções fazem parte da vida, assim como tristeza, mal estar, insegurança, baixa autoestima, falta de amor próprio. Mas também fazem parte da vida, a felicidade, os pequenos prazeres, as risadas, a amizade verdadeira, os batimentos rápidos do coração quando algo dá certo, entre muitas outras coisas positivas.
Claro que tudo isso não dura para sempre, ou será algo constante, sou um exemplo vivo disso. Mas também aprendi a aproveitar esses momentos, a me descobrir mais a cada erro, a valorizar cada acerto, e a cultivar o que conquistei das melhores formas possíveis. No meio do caminho, você pode acabar deixando muitas coisas para trás, pessoas podem se afastar, objetos irão acabar, momentos bons serão apenas lembranças, momentos ruins podem marcar....mas ei, a vida é assim.



A vida é engraçada, não é? Hoje pode ser o seu pior dia, mas amanhã quem sabe tudo pode melhorar. Hoje foi um dia assim, estou ansioso pelas surpresas que posso ou não posso ter ao acordar.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Friendzone





Friendzone segundo Wikipédia:
Na cultura popular, a "friend zone" (em português: zona de amizade) refere-se a uma situação onde uma pessoa deseja entrar em um relacionamento romântico, enquanto a outra não. Em resumo, isso acontece quando uma pessoa está apaixonada, enquanto a outra só quer amizade.

Friendzone segundo Alexis Tyrell:
“O jeito mais simples de se sentir mal quando se quer ficar de boa, onde nascem as expectativas, e se recebem as decepções. Um sinônimo de amor platônico, com a diferença de que na friendzone tudo acontece sem restrições. É um tipo de tortura psicológica, onde se separam homens de crianças, mulheres de bebês, onde só quem realmente sabe sair por cima, pode sair desse campo minado.”


Então, a famosa friendzone...vou ser bem sincero com vocês, até algum tempo atrás, eu ri bastante dessa expressão, memes me arrancavam gargalhadas, relatos de amigos me divertiam. Mas é claro que como tudo na vida, a situação é bem diferente quando acontece com você. Friendzone é simplesmente angustiante, é como ter todo o dinheiro do mundo em mãos, mas o mesmo estar bloqueado pelo banco. Ou conhecer sua celebridade favorita e não saber o que dizer, gaguejar sem parar enquanto ele/ela vai embora achando que você é o maior dos fracassados.
Já experimentei basicamente todos os ângulos dessa zona, seja como o cara que deixou alguém na friendzone, como o cara que ficou na friendzone por estar afim de alguém. Em ambos os casos, não deixa de ser ruim.
É imperativo você ter uma mente forte para sair dessa, e saber separar os seus sentimentos, pois os mais fracos podem se submeter a qualquer tipo de tortura por estar gostando de alguém, e é aí que se descobre quem de fato é seu amigo, ou quem pode ser seu pior inimigo. Os mais fortes apenas podem virar as costas e caminhar sem olhar para trás, e admiro demais esse tipo de pessoa.
Infelizmente sou o tipo mais fraco sob um véu de positivismo constante, quem já leu posts antigos sabe que já bati nessa tecla antes. Penso que seria mais fácil ser autossuficiente para não me importar, mas se fosse o caso, seria estranho chorar sozinho e ficar de boa, ter um encontro comigo mesmo, ou morar só e passar aniversários sozinho. Eu definitivamente não sou assim.
Acabo optando pelo caminho mais difícil. Já cansei de “ficar afim” de pessoas que nunca serão nada além de amigos, os caras mais legais que já conheci, os caras mais errados de todos, os que não se importam comigo, os que se importam até demais, acho que apenas....pessoas. Infelizmente, a friendzone sempre esteve presente aí, de um jeito ou de outro, é uma das desvantagens em ser assim...o cara legal de cada turma. O que fazer a respeito disso? Essa á uma pergunta que acho que todos nós fazemos em algum momento, mas a resposta nem sempre está tão clara, vai de cada um e sua vontade de querer sair dessa zona.
O que quero fazer a respeito? Fechar os olhos, colocar os fones e viajar para longe dessa zona, desse momento, dessa vida, de tudo isso.
E se tiver fôlego e coração no lugar, tentar uma zona nova...uma melhor, se for possível.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Soundtrack



Os meus leitores de sempre ( eles sabem quem são ) já devem ter notado um certo padrão em meus posts. Quando acontece algo chocante, começo a falar na terceira pessoa narrando uma história com personagens omitidos através de títulos. Quando é algo que observei, uso muito primeira pessoa. Quando é um misto dos dois, significa que quero disfarçar, mas ao mesmo tempo, deixar claro que aconteceu algo marcante. Penso em modificar um pouco as coisas, como não canso de dizer, estou sempre me descobrindo...eu, o pequeno príncipe.
Hoje vou falar sobre algo que muitas pessoas tem, e se não tem, deveriam ter.
Eu sou um eterno apaixonado por música, e quem me conhece sabe que não faço nada sem ter algo ecoando nos ouvidos. Então possuo uma trilha sonora para cada momento, mesmo que não esteja com fones de ouvido, dentro de mim eu procuro uma música para combinar com aquele instante. Música é bom em toda e qualquer situação. Talvez eu viaje demais por pensar que a vida tem de ter uma trilha, talvez eu goste de viajar nas músicas, talvez eu esteja exagerando, talvez, talvez, talvez.
Acho que não estou errando ao generalizar que todos gostam de música, sabe. Em um momento triste, aposto que muitos procuram por canções da mesma sintonia. Quando estão felizes, procuram por algo que os faça pular. Quando querem paz, talvez procurem algo relaxante. Tudo depende da hora, do momento, do lugar. Não há exatamente uma explicação plausível que diga o porquê de gostarmos tanto de música, é diferente para cada um.
Música para mim significa muita coisa, simples assim. Me faz pensar, me faz sentir, me faz flutuar, me faz sorrir, me faz ponderar, me faz decidir. Música é um território que sempre está sendo explorado, então nunca fica maçante.
Sobre gostos, o meu é bem diversificado por uma questão de curiosidade. Desde cedo, aprendi a gostar de músicas internacionais, e nisso, fui conhecendo tantos estilos diferentes. Do pop ao rock, do metal ao celta, dos clássicos aos atuais. Acabei moldando o meu gosto com base no que poucas pessoas conhecem. Cito folk rock, celta, metal viking/medieval/nu, indie rock e trance como principais influências, embora esteja aberto a trilhas sonoras instrumentais, clássicos de Beethoven, Mozart e Chopin, entre outros. Tudo depende de como estou me sentindo no momento.
Trilha sonora de vida é assim, você cria, você molda, e principalmente, você escuta. Cada um tem aquela música que ouve inúmeras vezes e não enjoa, aquela música que quer ouvir em um momento íntimo, ou aquela que quer compartilhar com todos. É assim que funciona, e é assim que aprovo como deve continuar sendo.
Então eu vou finalizar o post com uma pergunta bem simples:
Qual seria a sua trilha sonora?

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Expectativa x Realidade





Em certos momentos da vida, nós nos perguntamos o que fizemos para merecer tal coisa que está acontecendo naquele momento. Geralmente coisas ruins, pois ainda teimamos em acreditar que sabemos como o carma funciona. Se fizer coisas boas, será recompensado, se fizer coisas ruins, virá em dobro para você.
Quem inventou essas regras realmente não sabe aproveitar nada. Poderia sintetizar todo um conceito sobre destino, coincidências, ações positivas, e outras mensagens otimistas, mas aí eu estaria colaborando com a idéia utópica, que não é e nunca foi verdade.
Vamos citar um exemplo comum: Um homem sempre contribui com roupas para doação, com esmolas e divide tudo o que tem. Mas então um dia ele é assaltado. Esse mesmo homem vai se perguntar o que fez de errado, vai duvidar de si mesmo, e pode até querer mudar os seus conceitos.
E isso só prova que as pessoas possuem uma espécie de padrão de vida baseado apenas nos conceitos “certos”, onde esperam por algo, se decepcionam e se frustram. Não é legal ter uma visão tão limitada assim.
A vida não é traçada no que você faz ou deixa de fazer, você pode tecer algo hoje que pode tomar outro rumo amanhã, bem como pode deixar de fazer algo hoje que terá importância futuramente. Não é tudo tão preto no branco, ou sim ou não. Qualquer coisa que fizer terá resultados diferentes, muitas vezes inesperados. É assim que a vida funciona, é assim que é a realidade.
Não foi feita para ser fácil, não foi feita para ser difícil, foi feita para aprender e seguir seu fluxo. Apenas vá vivendo e faça as coisas como quer fazer, sem esperar nada, sem planejar, sem deixar acontecer.
Como o feiticeiro e o príncipe vivem falando um ao outro: não crie expectativas, elas são ruins.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Oceanos



Muita gente já se sentiu, muita gente se sente assim, super mal sem precisar parar e pensar muito. Nos últimos dias tenho visto casos onde eventos cotidianos tem tirado o que há de mais trágico para todos. Cada tristeza conta uma história diferente e é errôneo dizer que “eu entendo você”, não, isso não está certo. Ninguém nunca entende o que nunca passou.
Os oceanos de pessoas são algo interessante para quem observa de longe, como é o caso do pequeno príncipe. Ele criou aquela imagem conhecida, o cara receptivo que está sempre presente, sempre animando, sempre instigando sorrisos, sempre ali quando alguém precisa. Nesse meio tempo, conheceu muitas pessoas e suas histórias.
Há aqueles com problemas de relacionamento, com problemas familiares, com problemas de amizade, com problemas entre si, com problemas existenciais, ou apenas problemas, sem uma origem específica.
O mais engraçado é que a maioria dessas tristezas já passou pelo pequeno príncipe em sua vida, e ele soube se erguer para tentar novamente, saindo mais e mais forte, ou assim ele pensa. Mas e quanto ao próximo passo?
Às vezes a solução é apenas se olhar no espelho e treinar como sorrir mais espontaneamente, e disfarçar um pouco a tristeza presente em seus olhos. Você vai ganhar o dom de nadar no oceano de pessoas, exatamente como o pequeno príncipe.
Por outro lado, será ainda mais difícil deixar que as pessoas nadem em seu oceano, em seus próprios problemas, e em sua própria solidão. A menos que grite em plenos pulmões que precisa de alguém por perto.
Aí sim será inevitável não ser notado em meio a todos os outros.