E lá estava Anton suado após a dança, sua respiração
ofegante era abafada pela música alta enquanto ele permanecia com o corpo
paralisado no final da coreografia. Seu rosto mascarado disfarçava o suor e os
seus lábios trêmulos ao observar o resto do salão com seus olhos castanhos. Não
houve aplausos, não houve reações, não houve sorrisos, apenas olhares arqueados.
O primeiro assalto foi este.
Frustrado pelo acontecimento anterior, o garoto tentou se distrair em meio a uma dança qualquer no salão, exceto que ao olhar para o lado ele viu uma cena que gostaria de não ter visto. Uma troca de beijos, uma simples troca de beijos, que automaticamente fizeram Anton sentir uma chuva de agulhas e alfinetes em seu coração. Este foi o segundo assalto.
Mais uma vez ele tentou estufar o peito e sorrir, dessa vez em meio a todos os outros que mal o conheciam. Justamente por não o conhecerem, ele foi excluído daquela comemoração, algo que com muito esforço ele fingiu não se importar, embora internamente tenha gritado em plenos pulmões enquanto seus punhos enluvados cerravam dentro dos bolsos da calça. Assalto número 3.
Dando-se por vencido ele optou pela saída dos covardes, utilizando o milagre químico ao inalar o diamante em pó, instantaneamente lhe dando toda a tranquilidade que precisava, e logo ele era o Anton O’Connor que fechava os olhos e se fechava em seu próprio mundo. Um mundo onde não havia sentimentos ou pessoas, sendo um mundo solitário e perfeito, pois ali nada poderia machucá-lo.
Infelizmente a cada vez que abria os olhos, tudo voltava a assombrá-lo. Foi quando percebeu que deixava transparecer mais do que gostaria. Em determinado momento Jade Dawson o puxou até o canto e disse claramente que sabia que havia algo errado, pois nos olhos de Anton havia apenas dor em meio aos globos avermelhados, mesmo através de sua longa máscara. “Nada que não possa superar”, disse Anton em resposta, voltando a dançar em seguida.
Gary Winchester também percebeu algo errado, seus olhos brilhantes o analisavam e não demorou a entender o quanto Anton estava perdido. Diferente de Jade, ele preferiu se manifestar depois da grande festa, tendo uma demorada conversa com o garoto a caminho de casa.
Passado o efeito, o cansaço chegando e o final daquela noite, Anton percebeu que nada realmente mudou. Ele continuava no mesmo lugar e com os mesmos problemas, os sentimentos incertos, os dramas frequentes iriam assombrá-lo. Sentado em um banco qualquer de um parque, ele fechou os olhos e tentou não dormir, ainda havia pontas soltas para amarrar.
A única certeza de tudo isso foi a de que não importa quão bom você seja isso nunca irá parar os problemas de chegarem até você. Ao abrir os olhos mais uma vez, Anton arriscou uma tentativa de sorriso, iria precisar treinar mais alguns até saber como desligar totalmente seus sentimentos do resto do mundo.
Uma parte já estava completa, pouco a pouco ele sentia menos dor. Mas a outra parte ainda queria acreditar no mundo, essa era a parte que dizia que está tudo bem chorar de vez em quando. Era o que o fazia lembrar que ainda possuía sentimentos.
“'Cuz my friend said he'd take you home
He sits in a corner all alone
He lives under a waterfall
Nobody can see him
Nobody can ever hear him call”
Oasis - Supersonic
Frustrado pelo acontecimento anterior, o garoto tentou se distrair em meio a uma dança qualquer no salão, exceto que ao olhar para o lado ele viu uma cena que gostaria de não ter visto. Uma troca de beijos, uma simples troca de beijos, que automaticamente fizeram Anton sentir uma chuva de agulhas e alfinetes em seu coração. Este foi o segundo assalto.
Mais uma vez ele tentou estufar o peito e sorrir, dessa vez em meio a todos os outros que mal o conheciam. Justamente por não o conhecerem, ele foi excluído daquela comemoração, algo que com muito esforço ele fingiu não se importar, embora internamente tenha gritado em plenos pulmões enquanto seus punhos enluvados cerravam dentro dos bolsos da calça. Assalto número 3.
Dando-se por vencido ele optou pela saída dos covardes, utilizando o milagre químico ao inalar o diamante em pó, instantaneamente lhe dando toda a tranquilidade que precisava, e logo ele era o Anton O’Connor que fechava os olhos e se fechava em seu próprio mundo. Um mundo onde não havia sentimentos ou pessoas, sendo um mundo solitário e perfeito, pois ali nada poderia machucá-lo.
Infelizmente a cada vez que abria os olhos, tudo voltava a assombrá-lo. Foi quando percebeu que deixava transparecer mais do que gostaria. Em determinado momento Jade Dawson o puxou até o canto e disse claramente que sabia que havia algo errado, pois nos olhos de Anton havia apenas dor em meio aos globos avermelhados, mesmo através de sua longa máscara. “Nada que não possa superar”, disse Anton em resposta, voltando a dançar em seguida.
Gary Winchester também percebeu algo errado, seus olhos brilhantes o analisavam e não demorou a entender o quanto Anton estava perdido. Diferente de Jade, ele preferiu se manifestar depois da grande festa, tendo uma demorada conversa com o garoto a caminho de casa.
Passado o efeito, o cansaço chegando e o final daquela noite, Anton percebeu que nada realmente mudou. Ele continuava no mesmo lugar e com os mesmos problemas, os sentimentos incertos, os dramas frequentes iriam assombrá-lo. Sentado em um banco qualquer de um parque, ele fechou os olhos e tentou não dormir, ainda havia pontas soltas para amarrar.
A única certeza de tudo isso foi a de que não importa quão bom você seja isso nunca irá parar os problemas de chegarem até você. Ao abrir os olhos mais uma vez, Anton arriscou uma tentativa de sorriso, iria precisar treinar mais alguns até saber como desligar totalmente seus sentimentos do resto do mundo.
Uma parte já estava completa, pouco a pouco ele sentia menos dor. Mas a outra parte ainda queria acreditar no mundo, essa era a parte que dizia que está tudo bem chorar de vez em quando. Era o que o fazia lembrar que ainda possuía sentimentos.
“'Cuz my friend said he'd take you home
He sits in a corner all alone
He lives under a waterfall
Nobody can see him
Nobody can ever hear him call”
Oasis - Supersonic